Prefeituras da região apertam o cerco a médicos que descumprem horário
Municípios da região de Ribeirão Preto estão adotando medidas para fazer com que os médicos cumpram a jornada integral de trabalho, não faltem ou abandonem seus plantões antes da hora.
Implantação do ponto eletrônico e visitas in loco para fiscalização são algumas das ações que visam melhorar a qualidade da saúde pública.
O sindicato dos médicos diz que o problema é complexo. Em muitos casos, a ausência dos profissionais ocorre com anuência de prefeitos e secretários como uma forma de compensar a "baixa remuneração".
Edson Silva/Folhapress | ||
Equipamento biométrico que controla o ponto dos funcionários de posto de saúde em Barretos; outras cidades adotaram o sistema |
Em Araraquara (273 km de São Paulo), a pressão da prefeitura para que os médicos cumprissem jornada integral de trabalho coincidiu com uma mobilização dos profissionais por melhores estruturas e reajuste salarial. Houve até paralisações.
Neste ano, o município instalou pontos eletrônicos nas unidades de saúde.
O titular da área, Delorges Mano, diz que, após a adoção de algumas medidas, o problema está resolvido. "Tínhamos alguns vícios. Hoje, todos cumprem o horário de trabalho normalmente. Quem não cumpre tem desconto na folha", afirmou.
Ele diz que, para resolver o impasse na saúde, teve de abrir processos contra médicos por abandono de emprego. Segundo Mano, era comum profissionais deixarem o trabalho no setor público no horário de expediente para atuar na área privada.
Na maior cidade da região, Ribeirão Preto (313 km de São Paulo), a Secretaria de Saúde informou que implantou relógios de ponto biométrico em todas as unidades de saúde.
EM TRANSIÇÃO
Em Franca (400 km de São Paulo), a secretária de Saúde, Rosane Aparecida Gomes Moscardini Alonso, afirmou que existem alguns problemas pontuais. Por essa razão, a prefeitura está providenciando a instalação de ponto eletrônico em todas as unidades da rede municipal.
O sistema deve estar em pleno funcionamento dentro de um mês. "Estamos finalizando o processo de cadastramento dos profissionais."
Um sistema similar será adotado pelo novo secretário de Saúde de Barretos (423 km de São Paulo), Alexander Stafy Franco, que assumiu a pasta neste mês.
Em alguns locais o equipamento já foi instalado, mas os médicos não ainda não utilizam o sistema. O secretário diz que haverá reuniões com os profissionais antes de a medida entrar em vigor.
Outra medida será propor o pagamento por hora, que garante uma melhor remuneração para a categoria.
Ele admitiu que o salário em Barretos está defasado, mas que está trabalhando para resolver essa questão.
A Folha tentou, mas não conseguiu falar com São Carlos (232 km de São Paulo), onde o atual secretário da Saúde, Edilson Abrantes, está demissionário.
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