Juíza decreta prisão de empresário que atropelou manifestantes
A Justiça de Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) decretou na tarde desta sexta-feira (21) a prisão temporária do empresário Alexsandro Ishisato de Azevedo, 37, motorista que atropelou quatro pessoas durante manifestação na cidade e causou a morte do estudante Marcos Delefrate, 18.
Segundo a Polícia Civil, o pedido de prisão, de cinco dias, foi feito à Justiça para que o suspeito não atrapalhe as investigações. A detenção ainda pode ser prorrogada por outros cinco dias.
De acordo com o delegado Paulo Henrique Martins, titular da DIG (Delegacia de Investigações Gerais), Azevedo, que está foragido desde a noite do crime, aguarda "o melhor momento" para se apresentar à polícia. Segundo investigadores da DIG, o empresários teme represálias.
Na hora do atropelamento, o empresário estava com uma mulher no carro. O delegado afirmou que não havia uma criança no veículo naquele momento --informação dada na quinta pela PM.
Só ele fugiu da cidade, segundo a polícia, num ônibus. O delegado disse não saber quem é a mulher o acompanhava nem seu paradeiro.
A família de Azevedo relatou à polícia, disse o delegado, que o empresário está muito abalado e nervoso. Até esta sexta, no início da noite, nenhum advogado se apresentou como seu defensor.
Adepto a artes marciais, Azevedo já deu aulas de jiu-jitsu em Ribeirão. Em seu perfil no Facebook, o empresário alternava postagem de fotos destacando lutas marciais e carros importados.
Numa das imagens, ele exibia uma Ferrari branca e uma moto verde de luxo. Nesta sexta, o perfil dele foi apagado da rede social.
Azevedo é empresário de revenda de automóveis. Já teve uma loja desse segmento em Ribeirão, mas a vendeu para outro empresário.
Separado, ele tem uma filha e vive num condomínio fechado no Jardim Botânico, área nobre da cidade.
A polícia informou que ele tem antecedentes por lesão corporal, ameaça e injúria. No site do Tribunal de Justiça, há 25 processos judiciais em nome dele --sendo 21 cíveis e quatro criminais.
Antes do atropelamento, um manifestante deu socos no carro e outro quebrou o vidro do veículo com um skate.
Por isso, o carro dele --um Land Rover-- foi apreendido pela polícia, guardado num pátio cujo local não foi revelado e está sendo submetido a perícia técnica.
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