Governo de SP começa a tratar viciados em crack em Ribeirão Preto
A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social assinou nesta segunda-feira (7) o primeiro convênio para tratamento de dependentes de crack em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) financiado pelo governo estadual.
O projeto Recomeço, que chegou a ser chamado de "bolsa anticrack", atendeu os primeiros viciados no início de agosto, como a Folha publicou. Foram selecionados a princípio 11 pacientes, que estão em uma comunidade terapêutica de Campinas.
Por mês, o governo vai repassar diretamente a cada comunidade R$ 1.350 por paciente em tratamento. Eles permanecerão internados por seis meses no local.
Em Ribeirão, a princípio, o convênio é de oito vagas para tratamento em uma entidade de Sertãozinho, a Graaus (Grupo de Recuperação de Alcoólicos Augusto Silva). Os primeiros usuários de crack serão internados nos próximos dias, após triagem.
Mas segundo o secretário Rogerio Hamam, há previsão de ampliar o número para 60 atendidos dentro de 15 dias, com a assinatura de mais convênios com comunidades terapêuticas.
Até janeiro, a previsão do Estado é que Ribeirão tenha 300 vagas disponíveis para dependentes químicos. Como o tratamento é de seis meses, seriam 600 usuários internados por ano.
Apesar da previsão de expandir vagas, o próprio secretário admite que o número de dependentes de crack em Ribeirão é ainda maior.
"Não, não é suficiente [as 60 vagas da segunda etapa]. E mesmo as 300 vagas previstas ainda fazem parte de um processo de avaliação", diz Hamam.
"Com 60 vagas, não conseguimos nem avaliar. Com 300, a gente começa a avaliar as demandas da cidade".
A oferta de tratamento, por enquanto, é apenas para dependentes que moram em Ribeirão, já que a cidade faz parte dos 11 municípios prioritários do programa.
Além do programa estadual Recomeço, o governo federal mantém 20 vagas para tratamento de usuários de crack em Ribeirão, pelo programa "Crack, é possível vencê-lo".
IDENTIFICAÇÃO BIOMÉTRICA
Uma novidade do programa Recomeço é o controle eletrônico da presença do usuário de crack no tratamento. O dependente terá confirmar a presença todos os dias por meio de leitura das digitais em um aparelho de identificação biométrica.
Dessa forma, o governo estadual visa garantir que o paciente não tenha abandonado a comunidade terapêutica. Também a prefeitura deverá ter leitores de digitais em Caps (centro de Atenção Psicossocial) e outras unidades de saúde que o dependente químico passe durante o tratamento
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