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Ribeirão Preto

17/11/2013 - 01h58

Para amigos, surto explicaria padrasto assassinar menino Joaquim

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GABRIELA YAMADA
ISABELA PALHARES
JOÃO ALBERTO PEDRINI
DE RIBEIRÃO PRETO

Um surto psicótico, causado após o consumo de drogas, explicaria o envolvimento de Guilherme Raymo Longo, 28, na morte do menino Joaquim Ponte Marques, 3, em Ribeirão Preto (313 km de São Paulo).

É o que apontam relatos de familiares e amigos do padrasto do menino, encontrado morto no último domingo (10) no rio Pardo, após cinco dias de desaparecimento.

A Folha ouviu 24 pessoas que convivem ou já conviveram com Longo e sua mulher, Natália Mingoni Ponte, 29. Eles estão presos desde o dia em que o corpo foi encontrado e são apontados pela polícia como os únicos suspeitos do crime.

Descrito como um filho amoroso, apaixonado pela mulher e carinhoso com o enteado, Longo era chamado de "Guigui" por Joaquim e, contam, era comum vê-los brincando, como no Natal, quando ficaram o dia todo juntos.

Longo é o filho mais velho de Augusta e Dimas --foi adotado, assim como seus dois irmãos. "O Guilherme que conheci seria incapaz de cometer crime", disse uma amiga, que não quis se identificar.

Edson Silva/Folhapress
Padrasto de Joaquim, Guilherme Raymo Longo, 28, deixa a DIG de Ribeirão Preto na quarta-feira (13) após prestar depoimento
Padrasto de Joaquim, Guilherme Raymo Longo, 28, deixa a DIG de Ribeirão Preto na quarta-feira (13) após prestar depoimento

Esse perfil contrasta com depoimentos de Natália após ser presa --que apontam para a agressividade do marido, passagens policiais por roubo e vício em cocaína. A Promotoria afirma ver indícios de premeditação na morte.

A relação dos dois teve início há dois anos, quando ele estava internado na clínica Santa Rita de Cássia 2, em Ipuã (411 km de São Paulo), para se recuperar do vício em cocaína e álcool. Natália era psicóloga no local.

Ele chegou lá após morar dois anos na Irlanda, entrar em três faculdades (sem concluir nenhuma), passar a usar cocaína e a abusar de bebidas e ter duas passagens policiais por roubo.

Em uma, foi acusado de levar R$ 150 e o celular de uma mulher, segundo dados do Tribunal de Justiça. Foi inocentado nos dois casos.

Se tratou por sete meses, teve alta e iniciou estágio na clínica. Um ex-diretor disse que ele "não se comportava como quem se recuperava".

Com Joaquim, passaram a morar em São Joaquim da Barra (382 km de Sçao Paulo). Há cinco meses, se mudaram para uma casa da família de Longo em Ribeirão, onde nasceu o filho do casal, hoje com quatro meses.

Foi de onde, supostamente, Joaquim sumiu no dia 5. Cinco dias depois, os dois foram presos e Natália passou a acusar Longo de ser agressivo, ameaçar se matar e de ter tido recaída nos vícios.

"Ele me disse que estava tomando cerveja novamente. A bebida leva às drogas", disse Pedro Alberto de Souza, 29, coordenador da clínica.

Antes da morte do filho, Natália não havia relatado ameaça ou agressão --após brigas, ficou um mês na casa dos pais no início deste ano, que afirmaram nada saber.

O pai dela, Vicente Ponte, a apoiou para reatar o romance. "Não sei mais o que pensar da relação dos dois."

 

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