Estações de trem no interior podem ser tombadas pelo Estado
O Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) estuda o tombamento de cinco estações ferroviárias no interior de São Paulo –Araraquara, Barretos, Brodowski, Pirassununga e São Simão.
A abertura dos estudos ocorreu em março de 2009 para a estação de Araraquara e em setembro de 2011, para as estações das outras quatro cidades.
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O Condephaat informou que não tem prazo legal para a finalização dos estudos. Mesmo assim as estações já estão protegidas até a decisão final do conselho e qualquer intervenção deve ser previamente aprovada pelo Condephaat, segundo a direção do instituto.
Já existem estações tombadas no interior, como em Ribeirão Preto e em Santa Rita do Passa Quatro.
Os tombamentos nem sempre se limitam às estações. O Conppac (Conselho Municipal de Preservação Artístico Cultural), órgão similar ao estadual, mas com abrangência só em Ribeirão Preto, tenta o tombamento dos trilhos que cortam a cidade.
O conselho aguarda a relação do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte) das propriedades onde se encontram os trilhos para que a análise prossiga.
Um dos poucos exemplos de preservação, o trecho turístico entre Campinas e Jaguariúna, operado pela ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária), chega a transportar 2.000 pessoas por dia de operação.
"Nós não temos lucro. O dinheiro da bilheteria é para custear a operação e, quando há excedente, encaminhamos para a oficina de recuperação de trens", disse Vanderlei Alves da Silva, gerente da associação.
A maria-fumaça funciona aos sábados, domingos e feriados. Os passeios são de meio percurso e percurso completo, e custam R$ 50 e R$ 70, respectivamente.
CENÁRIO
Em meio a grandes árvores e com um silêncio típico do campo, mais de uma dezena de vagões bem cuidados e locomotivas estão prontos para iniciar sua viagem pelos trilhos do interior do Estado.
Nem parece que a estação Anhumas, dona do bucólico cenário descrito acima, em Campinas, fica próxima à movimentada rodovia Dom Pedro, que dá acesso a outras vias como a Anhanguera, Bandeirantes e Fernão Dias.
Conservada pela ABPF, ela foi fundada em 1926, tem a sala do chefe da estação e até uma sala de senhora, e marca o início do passeio turístico até Jaguariúna.
A estação, chamada Anhumas Nova, substituiu outra, Anhumas, de 1875 e já demolida.
As estações seguintes da Mogiana, no entanto, são marcadas pelo abandono. Em Santo Antônio de Posse, a estação Posse de Ressaca está fechada e tem problemas de conservação.
Em Estiva Gerbi, há duas estações: a nova abriga uma delegacia de polícia, enquanto a velha não tem telhado e é tomada por mato alto e pichações nas paredes.
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