Professores da USP Ribeirão Preto pedem liberação do canabidiol à Anvisa
Um grupo de professores da Faculdade de Medicina da USP Ribeirão Preto (313 km de São Paulo) afirmou que enviou, nesta quarta-feira (16), uma carta aberta à diretoria da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) pedindo a liberação para prescrição médica do canabidiol –composto não psicoativo presente na maconha.
"A [Anvisa] apresenta vários equívocos sobre a substância, que não condizem com o que identificamos em nossas pesquisas", afirmou o professor José Alexandre de Souza Crippa, que assinou a carta junto de outros três docentes.
De acordo com Crippa, o principal equívoco é afirmar que é impossível extrair o canabidiol sem o THC, que tem efeito psicoativo.
"Por meio da cristalização, por exemplo, indústrias farmacêuticas conseguem extrair [o canabidiol] sem o THC", afirmou.
Em agosto, a Anvisa deverá votar a reclassificação do composto. Caso seja aprovada, poderá facilitar o tratamento de pacientes que têm epilepsia grave e mal de Parkinson, por exemplo.
"Se o canabidiol fosse encontrado na pitanga ou na jabuticaba, seria motivo de orgulho nacional. Mas é encontrado na maconha, por este motivo existe uma resistência [em aprovar]", disse o professor.
Na carta, os professores afirmaram à Anvisa sobre as fortes evidências de que o canabidiol tem potencial terapêutico para o tratamento de diversas doenças e que, por este motivo, não justifica que permaneça proibido.
"Destacamos aqui, que isto não se confunde com o registro desta substância para uso rotineiro, o que implica num processo diverso, que não está em discussão no momento", afirmaram os professores, na carta.
Em nota, a Anvisa informou que a discussão sobre a reclassificação do canabidiol está sendo discutida desde maio e ainda será concluída.
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