Com rachaduras, muro de córrego pode cair em Ribeirão
A falta de manutenção na canalização do córrego Retiro Saudoso representa riscos aos motoristas que trafegam na avenida Francisco Junqueira, em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo).
Segundo especialistas, as laterais do córrego podem cair por causa das dezenas de fissuras e rachaduras. A preocupação com acidentes é maior em dias de chuva.
Com o maior volume de água, as paredes podem desmoronar e afundar o asfalto, atingindo motoristas. Com chuva, os especialistas sugerem não passar pelo local.
"A situação é grave. Na chuva, a instabilidade é ainda maior porque a parede fica frágil", disse Lucas Miranda, professor do curso de engenharia civil do Centro Universitário Moura Lacerda.
Em nota, a prefeitura reconheceu que existem problemas ao longo da avenida e que busca recursos para obras na canalização do córrego.
Edson Silva/Folhapress | ||
Trecho da canalização do córrego Retiro Saudoso, na avenida Francisco Junqueira, em Ribeirão |
A reportagem constatou que o trecho crítico compreende as avenidas Independência e Doutor Plínio de Castro Prado. Há dezenas de fissuras nesta extensão.
Entre as frestas, plantas nasceram. Já as rachaduras chamam atenção até mesmo de quem não conhece o problema. Em uma delas, foi aberto um buraco e a tubulação da água ficou exposta.
Os danos, no entanto, são ainda maiores e atingem também pontes da avenida e a calçada, colocando em risco a circulação de pedestres.
Há dois anos, a ponte localizada no cruzamento com a avenida Independência caiu por falta de manutenção, segundo o engenheiro Cantídio Maganini, conselheiro do Comur (Conselho Municipal de Urbanismo) de Ribeirão.
"Desde então, a situação só vem piorando", afirmou.
"Nós avisamos a prefeitura antes do problema se agravar, mas não fizeram nada", disse Bruno Almeida, 36, gerente de uma loja de tintas na avenida Francisco Junqueira.
"Qualquer um que passa por aqui vê que a situação é grave", disse.
Há rachaduras na base da ponte que fica no cruzamento com a rua Florêncio de Abreu. Já na ponte da rua Olavo Bilac, os blocos de concreto estão soltos na sua base.
"Eu sempre recomendo [aos clientes] a não andarem na calçada ao lado do córrego porque o piso está todo em desnível", disse Luciana Constantini, 43, gerente de outro estabelecimento.
Segundo Miranda, do Moura Lacerda, a prefeitura deveria ter realizado as obras e as manutenções preventivas no período de estiagem.
"A solução, enquanto manutenção preventiva, é fácil. Quanto mais o tempo passa, mais caro fica", afirmou.
Segundo ele, a falta de manutenção também coloca em risco uma torre de alta tensão na avenida Maurilio Biagi.
As galerias caíram e há o risco de a torre desabar.
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