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Banho de sangue no estádio de Porto Said não foi puro acaso
DA DEUTSCHE WELLE, NA ALEMANHA
Apesar de todas as falhas, conselho militar se afirma como única garantia de ordem no Egito. Circunstâncias de choques entre jogadores e torcedores deixam muitas questões em aberto, opina articulista da DW Loay Mudhoon.
Para o governo militar do Egito, os choques sangrentos entre os torcedores dos clubes de futebol Al Ahly, do Cairo, e Al Masry, de Porto Said, na quinta-feira (02), não passaram de um "lamentável incidente esportivo".
Porém são numerosos os indícios de que a orgia de brutalidade em Porto Said tenha sido encenada. Seja como for, a violência aberta dos fãs resultando em mais de 70 mortos e centenas de feridos se encaixa nos planos dos militares.
Nos Estados árabes sob regime autoritário, as mesquitas e os estádios de futebol são praticamente os únicos locais onde as pessoas podem se expressar de forma relativamente livre, já que essas instituições escapam ao controle do aparato de segurança estatal.
E esse é possivelmente o motivo por que torcedores e frequentadores de mesquitas desempenham um papel central nos levantes do mundo árabe.
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