Descrição de chapéu mercado de trabalho

Pós voltada para fábricas se adapta ao setor de serviços

CAROLINA MUNIZ
DE SÃO PAULO

Antes voltados a engenheiros empregados na indústria, os cursos de pós-graduação em qualidade e produtividade passaram a receber, nos últimos anos, mais profissionais do ramo de serviços e com formações diversas, o que exigiu sua renovação.

"Qualquer trabalho pode ser enxergado como um processo, e todo processo pode ser melhorado. Buscamos mostrar como aplicar as técnicas tanto nos serviços quanto na indústria", diz Alberto Ramos, coordenador da especialização em qualidade e produtividade na Fundação Vanzolini, ligada à USP.

Crédito: Keiny Andrade/Folhapress Employees at Design Army’s space in Washington, Nov. 9, 2017. The company creates visual branding for a wide range of clients and is now seeing a period of growth. (Andrew Mangum/The New York Times)
A analista de qualidade Carolina Matos, 23

Com mais de 25 anos de existência, o curso de qualidade e produtividade apresenta aos alunos metodologias que visam aumentar a competitividade das empresas. Realizado dentro da Cidade Universitária, no Butantã, zona oeste de São Paulo, tem duração de dois anos.

"Havia matérias específicas de indústria, que fomos substituindo por conceitos mais úteis, de olho no perfil do público-alvo", diz Ramos.

Formada em enfermagem, Carolina Matos, 23, conseguiu mudar de área e conquistar uma vaga de analista de qualidade em uma companhia do setor de eletroeletrônicos depois que começou a pós da Fundação Vanzolini em março do ano passado.

"Tudo que aprendi, apliquei na empresa. Havia processos errados, volta a etapas que não precisavam ser refeitas. Conseguimos aumentar não só a produtividade como também a lucratividade."

Matos se diz satisfeita com o novo rumo na carreira, sobretudo em relação à remuneração. "Não tem nem comparação com o que ganhava na minha área de formação."

E indica o curso a qualquer profissional. "Não há limitação, porque melhoria contínua precisa existir em processos, produtos e serviços."

Já a engenheira civil Sara Tacidelli, 26, aluna na mesma sala, ressalta que é importante ter afinidade com o campo das exatas para conseguir acompanhar as aulas. "Também é mais útil para quem trabalha com qualidade ou gerenciamento de projetos e de processos."

Analista de gestão em um grupo empresarial, ela optou pela especialização com o objetivo de ganhar bagagem técnica para atuar na área, que auxilia no planejamento de metas dos diferentes negócios da organização.
"As matérias que envolvem produtividade foram as mais úteis para o meu dia a dia. Já as focadas em normas de qualidade, nem tanto", diz. "Gostei da minha escolha, mas às vezes tenho dúvidas em relação à importância da pós-graduação. Acredito mais em cursos de curta duração, com maior aplicabilidade."

Para Cristiana Almeida, coordenadora do MBA em qualidade e produtividade da Unicesumar, no Paraná, a pós-graduação na área tem ganhado ainda mais relevância, já que as empresas passam por reformulações e precisam fazer mais com menos.

"O desafio é apurar o olhar do profissional, com o intuito de que ele consiga ver mais do que o superficial, para identificar melhorias que precisam ser feitas e os outros não conseguem ver", diz Alciney Lourenço Junior, coordenador do MBA de qualidade e produtividade da FMU.

A FIA também oferece uma pós-graduação na área, com o foco em gestão da qualidade e desenvolvimento de produtos e serviços.

"O mundo dos negócios é dinâmico. Continuamente, é preciso lançar novos produtos e serviços. E a qualidade e a produtividade podem cair em meio a essas mudanças. O curso é importante para auxiliar nesse processo", diz o coordenador Paulo Tromboni de Souza Nascimento.

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