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Gisela gostaria de resolver a fome do mundo
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CAMILA MENDONÇA
DE SÃO PAULO
A psicóloga Gisela Solymos disse, logo após ser eleita Empreendedora Social 2011, que sempre teve preocupação com a pobreza e sempre teve o "sonho de resolver a fome do mundo". Leia a seguir os principais trechos da entrevista.
Folha - O que muda a partir de agora?
Gisela Solymos - Em termos de trabalho, a gente se dá conta do que a gente fez, depois de 20 anos de trabalho. Em termos concretos, as parcerias que vão surgir, vão ser coisas estrondosas. Pessoalmente, acho que vai haver um crescimento grande, pela possibilidade de conhecer pessoas novas e entrar em circuitos que jamais entrei e teria pensado em entrar.
A gente tem uma imagem de que o estado é que deveria fazer e que a sociedade civil só está fazendo porque o estado não está dando conta. E isso não é verdade. A sociedade civil só está fazendo porque ela está na ponta vendo o que está acontecendo, sabem o que fazer e estão vendo o problema real.
Às vezes, a visão do Estado é macro e não consegue chegar no detalhe. Ele [o governo] está distante da ponta não porque ele quer, mas porque é a condição dele.
Empresa hoje é quase pior que governo, eles entendem que precisa financiar [um projeto] em um ano e que tem de resolver o problema do mundo. E não é bem assim.
Tenho expectativa de que exista uma empresa que entenda isso e que nos ajude com os meios, porque estamos patinando um pouco com isso [diversificar as fontes de recursos].
Sempre tive preocupação com a pobreza. E tinha um sonho de ter uma fazenda e resolver o problema da fome do mundo. Mas eu era uma criança e acabou. Eu tinha esquecido daquele sonho, mas a miséria material e a humana sempre me fascinaram, porque pra mim ela fala como é possível um ser humano continuar ser humano.
Dentro de todas essas condições, a pessoa continua sendo pessoa. O que me fascina no trabalho é encontrar o ser humano e nesse encontro que ele pudesse lembrar que ele é um ser humano. E eu pudesse lembrar também.
Quando a gente descobre juntos o que nos faz feliz, a gente redescobre as nossas humanidades.
Folha - Você é a primeira mulher a ganhar sozinha o prêmio. Como vc se sente?
Gisela - Como assim? Nunca pensei nisso. Acho que as mulheres são muito focadas...pelo que eu entendi do prêmio, ele é muito completo e olha tudo. E as mulheres tendem a focar no escopo e no meio. Os homens tendem a olhar todos os fatores... É uma intuição minha.
Folha - O que é preciso melhorar no seu projeto, após o prêmio?
Gisela - O desafio é educação. E educação de adulto, formal e informal. Acho que 70% da miséria humana tem a ver com a pessoa não se dá conta de quem ela é. E isso nasce de um processo educativo. E isso significa que as pessoas têm uma história, você pertence a um povo, você pode sonhar.
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