Jovens aprendem Língua Brasileira de Sinais com folclore nordestino

Em Santana do Ipanema, no sertão de Alagoas, surdos estão voltando a se comunicar com a ajuda do projeto "Era uma vez um povo", que promove aulas de Libras (Língua Brasileira de Sinais).

A técnica é ensinada aos participantes com a apresentação de histórias do folclore nordestino. Desenvolvido pela Aappe (Associação dos Amigos e Pais de Pessoas Especiais), o projeto valoriza a cultura nordestina e permite a inclusão do surdo na sociedade.

"Essa ação é o primeiro passo dos surdos rumo à educação e à cidadania", diz Iraê Cardoso, superintendente da Aappe e integrante da Rede Folha de Empreendedores Socioambientais.

Instrutores de Maceió visitam povoados do Estado em busca de pessoas sem acesso à língua. O objetivo é atender jovens totalmente esquecidos, inclusive pela rede pública de ensino, dando acesso não só a Libras, mas à educação e à cidadania.

"Esses alunos surdos estão sendo capacitados para se tornarem multiplicadores de histórias do folclore alagoano e, desta forma, gerar oportunidades novas aos surdos", afirma Jerlan Batista, coordenador do projeto.

Na primeira etapa, participaram 17 surdos, nove familiares e 22 professores.

"O desenvolvimento da minha filha com esse curso foi enorme. Só não participei porque trabalho. Tenho muita dificuldade de comunicação com ela, e o projeto ajudou bastante", diz Edna, mãe de uma das alunas do projeto.