Flash mob para shopping de São Paulo para conscientização sobre câncer raro
Em meio a bexigas, bolo e brigadeiro, seis sobreviventes comemoram nesta quarta feira (10) o segundo aniversário do ano, o do renascimento, marcado pela cura. Eles ganharam uma sobrevida após se curarem do linfoma–uma forma de câncer.
O flash mob parou a praça de alimentação do Shopping Villa Lobos, em São Paulo, para comemorar o mês de conscientização sobre a doença, que acontece em setembro há 10 anos.
Eduardo Knapp/Folhapress | ||
Flash mob no Shopping Villa Lobos em prol da conscientização dos tipos raros de câncer |
O evento faz parte da campanha #MuitosAnosDeVida, desenvolvida pela Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia), que atua desenvolvendo e oferendo conhecimento e suporte a pacientes onco-hematológicos e que já atendeu, em 12 anos, mais de 20 mil pessoas em todo o país. O objetivo da campanha é chamar a atenção para o linfoma e os seus sintomas, além de arrecadar doações para a associação.
"O linfoma é recorrente em crianças e adolescentes e tem sintomas comuns, como coceira na pele. O diagnóstico causa muito impacto no paciente, é importante a conscientização porque, se diagnosticado logo, tem 80% de cura", conta Carolina Cohen, diretora institucional da Abrale. Carolina explica que o mais difícil, na fase inicial, é chegar ao diagnóstico correto e rápido, já que os sintomas também são frequentes em outras doenças.
A advogada Vitorina Mello, 59, não tinha ideia do que é o linfoma quando foi diagnosticada com a doença há 17 anos, em Belém, no Pará. A partir disso, teve sua vida completamente transformada e se mudou para São Paulo, em 1998, pois em sua cidade não havia um centro especializado em doenças oncológicas. Depois de mais de cinco anos da conclusão do tratamento, o linfoma voltou e Vitorina teve que operar.
"A Abrale foi meu porto seguro, me acolheu e me deu qualidade de vida. Tive tratamento psicológico e passei a conhecer a doença a fundo. Isso me motivou e me deu vontade de voltar a viver. Hoje, trabalho com gastronomia e faço o controle do linfoma", conta Vitorina.
A advogada mineira Priscyla Leão, 30, descobriu que estava com linfoma em janeiro deste ano. "O linfoma não escolhe pessoa, é uma loteria genética", diz. "Não sentia nada, nenhum sintoma, a única coisa que surgiu foi carocinho na altura da minha clavícula", conta.
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Priscyla Leão, que teve linfoma, se emociona com homenagem em evento sobre a doença |
Priscyla passou por seis meses de tratamento "penoso", atualmente faz o acompanhamento de rotina e se prepara para voltar ao trabalho depois da licença. "A informação é a chave para a cura, não pode se desesperar, as chances de cura são altíssimas e o tratamento dá certo", comenta.
Vitorina e Priscyla encontraram as respostas de suas dúvidas sobre a doença no Movimento Juntos Contra o Linfoma, da Abrale. Trata-se de uma plataforma digital com conteúdo de fácil compreensão sobre a doença para que interessados e pacientes tenham esclarecimentos e interajam entre si. O movimento conta com ator Reynaldo Gianecchini como embaixador, ele teve a doença e se curou, pois foi diagnosticado a tempo. "No Brasil, muitas pessoas morrem de linfoma por falta de informação", diz Irene Knoth criadora da campanha.