Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
20/04/2012 - 06h52

O (des) entendimento da história

Publicidade

ANAMARIA SCHINDLER

O empreendedorismo social faz história. E continuará como uma força propulsora de grandes transformações sociais.

Visionários, comprometidos, incansáveis, superadores de obstáculos, são vários os qualificativos definidores de um empreendedor social. No entanto, há também muita superficialidade sobre o papel histórico dos empreendedores sociais. Por ser um tema "da moda", a superficialidade de conhecimento facilmente gera julgamentos levianos, como por exemplo "empreendedores sociais não alcançam escala" ou "se os empreendedores sociais são realmente transformadores, por que então continuamos com tantos problemas sociais?"

É isso que chamo de desentendimento da história, a ausência de uma visão histórica crítica sobre as grandes transformações sociais.

Nesta semana de abril, os paulistanos e os cariocas poderão assistir à uma boa versão cinematográfica desta história. Acaba de ser lançado o filme "Quem se Importa"', da cineasta brasileira Mara Mourão, que filmou as histórias de 18 empreendedores sociais.

Mara nos mostra uma sensibilidade apaixonada nessas histórias e demonstra um compromisso profundo com as soluções apresentadas. Compromisso com a solução é, aliás, uma característica chave no empreendedorismo social.

Tomemos, por exemplo, dois dos casos expostos pela cineasta. Muhammad Yunus, como é amplamente sabido, fundou o Grameen Bank, o banco dos pobres, em Bangladesh, 1976. Com mais de 2.500 sucursais, o Grameen impactou a vida de mais de 40 milhões de pessoas, ao expandir o crédito para cerca de 8 milhões de pessoas. O retorno dos créditos concedidos pelo Grameen é de 98%.

Outra história que você verá em "Quem se importa" é a de Joaquim Melo, brasileiro, nordestino do Ceará, do bairro Palmeiras, na periferia de Fortaleza, com uma população de 30 mil pessoas. Entre 2007 e 2009, o Instituto Palmas, fundado por Melo, realizou mais de 3.000 operações de crédito, tendo emprestado mais de R$ 4 milhões para cerca de 2500 famílias, em Palmeiras.

Onde as histórias de Yunus e de Melo se encontram no filme "Quem se Importa"? No combate à pobreza, no acesso ao crédito e no desenvolvimento do empreendedorismo local. Em Bangladesh, desde a década de 70. Em Palmeiras, no Ceará, desde os anos 90.

Diferença nos números? Sim, visível. No entanto, expansão do modelo de microcrédito, através de inovações que acontecem localmente, mas cujas metodologias e práticas se disseminam de muitas maneiras, influenciando a vida de milhões de pessoas.

ANAMARIA SCHINDLER é membro da equipe de liderança da Ashoka, organização internacional com foco em empreendedorismo social e transformações sociais. É responsável também pela estratégia da Ashoka para América Latina.


 
Patrocínio: Coca-Cola Brasil e Portal da Indústria; Transportadora Oficial: LATAM; Parceria Estratégica: UOL, ESPM, Insper e Fundação Dom Cabral
 

As Últimas que Você não Leu

  1.  
  • Realização
  • Patrocínio
    • CNI
    • Vale
  • Parceria Estratégica
  • Parceria Institucional
  • Divulgação
    • Aiesec
    • Agora
    • Brasil Júnior
    • Envolverde
    • Endeavor
    • Ideia
    • Make Sense
    • Aspen
    • Semana Global de Empreendedorismo
    • Sistema B
    • Avina

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página