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Márcia Raquel Rolon

Quem é ela?

Márcia Raquel Rolon, 40, bailarina e formada em educação física.

Organização: Instituto Homem Pantaneiro/Escola de Artes Moinho Cultural
Ano de fundação:
2002 (IHP) e 2004 (Moinho Cultural)
www.institutohomempantaneiro.org.br

O IHP atua na promoção do desenvolvimento sustentável do Pantanal por meio de ações de conservação dos capitais cultural, histórico, natural e social na região da fronteira entre o Brasil e a Bolívia. Seu principal projeto é o Moinho Cultural Sul-Americano, que já atendeu 680 crianças e jovens de famílias de baixo poder aquisitivo e alta vulnerabilidade social, sendo que, atualmente, 302 recebem formação profissional de oito anos para se tornarem bailarinos e músicos de orquestra. Nas quatro áreas de atuação do IHP, são 555 beneficiários diretos, sendo 35 cooperados nos econegócios, 40 famílias ribeirinhas em áreas de proteção ambiental e 180 pessoas que fazem cursos de culinária pantaneira e corte e costura nos Pontos de Cultura (MinC).

Música sem fronteiras

Bailarina usa a dança e a arte para orquestrar o futuro de jovens que vivem entre o Brasil e a Bolívia

MARLENE PERET
ENVIADA ESPECIAL A CORUMBÁ (MS)

Márcia Rolon, 40, passou sua infância numa fazenda à beira do rio Taquari, no Pantanal. Lá, seu avô comprou um porto e abriu um pequeno comércio, onde recebia comitivas. O lugar foi um importante ponto de transporte de gado da fronteira entre Brasil, Bolívia e Paraguai.

Do bolicho da família, a menina viu muito boi subir o cais pra fazer a travessia. Também viu seu Taquari ficar nervoso para inundar sua propriedade. Com a falência de Porto Rolon, Márcia foi obrigada a voltar para sua cidade (Corumbá/MS). Mas, antes, colocou o Pantanal na sua bagagem.

Sua mãe, a bailarina Sônia Maria Rolon, 63, foi ganhar a vida como professora de balé em uma escola. Sem ter com quem ficar, Márcia ficava num cantinho para assistir, sem piscar, as aulas de sua mestra. E permanecia ali, caladinha.

Um dia, num evento importante, faltou uma menina no balé. Foi a deixa para que Márcia, com 6 anos, perguntasse: "Posso dançar, mãe? Só de olhar, aprendi". Assim foi sua estreia no mundo da dança. "Ela sempre quis fazer o que estava além da idade dela", diz Sônia.

Com 14 anos, Márcia virou professora, como a mãe, que foi o seu espelho. Sônia foi quem apresentou seu Agripino, patrimônio vivo da memória pantaneira, para Márcia. Com ele, a menina aprendeu a dançar o Siriri e o Cururu. E aprendeu tão bem, que foi parar no exterior.

"Com minha mãe, conheci a Itália e a França. Viajei pela Europa dançando o pantanal, e não com outra dança", conta. E sempre com minha saia rodada, cheia de araras", completa. Quis o universo que Márcia vivesse em zona fronteiriça e tivesse sempre um pas-des-deux.

Para isso, colocou em suas mãos o Instituto Homem Pantaneiro e o Moinho Cultural, organizações que quebram paradigmas ao colocar crianças do Brasil e da Bolívia, juntas, sem preconceito. Meninos dançando balé e meninas tocando viola de cocho.

O antigo prédio do Moinho Cultural foi cenário de uma propaganda que Márcia protagonizou na sua infância. Também foi quartel do coronel Ângelo Rabelo, 50, hoje seu marido. Ângelo foi um bravo guerreiro na luta contra os coureiros de jacaré no passado. "Eu e Ângelo damos um balanço bom", diz, rindo.

Márcia toca sua ONG com a leveza do balé, mas com o ritmo de sua mente. Em apenas cinco anos, fez meninos que nunca tiveram proximidade com a arte dançar ou tocar violino como se tivessem estudado em Viena (Áustria). "Estou sempre pensando à frente. Meus sonhos são sempre completos. É que sonho, quando olho, já não é mais sonho. E, dentro desse sonho, tem outro sonho, que tem outro."

Quando encontra uma criança triste, logo diz: "Acende a luzinha. Ela tem de brilhar. Respire, a força vem de dentro". Ganha assim um sorriso. O moinho roda com o sopro de sua fundadora. No IHP, o coronel é o Ângelo, mas todo mundo bate continência é pra Márcia.

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O Moinho Cultural inova em duas frentes: no objeto de trabalho e na forma como o realiza. É o único projeto brasileiro que trabalha com música e dança em região fronteiriça, oferecendo um ambiente propício para aprender e trocar culturas, sempre com a arte como instrumento. Ao harmonizar a educação integral com a educação básica, propicia a incorporação de inovações que contribuam para o desenvolvimento e a melhoria da aprendizagem. As linhas de conduta foram estabelecidas no sentido de propor o equilíbrio social e o respeito às diferenças culturais numa região de fronteira e com alta vulnerabilidade social.

Também é inovador ao oferecer curso profissionalizante de excelência, com duração de oito anos, de balé clássico e música erudita para crianças e jovens de baixa renda. Com isso, conquistou o apoio da Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira. Como nos dois primeiros anos é obrigatório o aluno cursar balé e música, a organização rompe o preconceito ao ter hoje em seu quadro de alunos de balé clássico 143 meninos se profissionalizando.

O instituto não gera renda própria e se sustenta por meio de captação de recursos privados, utilizando benefícios fiscais, como das leis Mecenato e Rouanet (90%), e públicos (10%). Em 2010, 79% do orçamento advém de empresas ou fundações da iniciativa privada; órgãos e empresas públicas perfazem 17% desse total. Em razão disso, as receitas operacionais tendem a sofrer forte oscilação, dependendo da aprovação de editais e de quotas de patrocínio. Os R$ 3.098.516 estimados para 2010 representam alta de 34% sobre os R$ 2.317.174 de 2009, mas queda de 4% em relação aos R$ 3.233.850 de 2008.

Esse cenário deve mudar com a formatura da primeira turma de bailarinos e músicos, em 2013, a partir da qual o Moinho poderá fazer apresentações e turnês com um grupo altamente diferenciado e capacitado, além de gerar renda por meio da venda de CDs e DVDs, por exemplo.

A organização conta com eficiente gestão administrativo-financeira, amparada por uma equipe qualificada e por parcerias com acadêmicos locais, que viabilizam a estruturação de relatórios e estudos de descrição e avaliação pedagógicas. Também publica detalhado relatório anual de prestação de contas e possui conselhos fiscal e consultivo, sinalizadores da preocupação com a continuidade do trabalho no longo prazo independentemente da figura da empreendedora social.

Principais parceiros: Acaia Pantanal, Agência Nacional das Águas, Caixa, Correios, Eletrobrás, Fundação O Boticário, Fundação Ecotrópica, Fundação Interamericana, Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira, Grupo J.Macedo/Farinha Dona Benta, Instituto Chico Mendes (MMA), Ministério da Cultura (Ponto de Cultura), Ministério da Justiça, MMX (empresa de mineração do Grupo EBX), MPX Mineração e Energia, Polícia Militar Ambiental, Prefeitura Municipal de Ladário, Sebrae-MS, SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem), TV Morena, UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Unesco, Uniderp (Universidade Anhanguera) e Vale.

São beneficiários diretos do IHP 555 pessoas: 302 crianças e jovens no Centro de Formação de Intérpretes-Criadores, 40 famílias ribeirinhas no programa de ambiental e 35 cooperados da Vila Moinho (que fabrica objetos de fibras de plantas locais, como aguapé/camalote e ladrilhos hidráulicos, além de atuar com gastronomia, corte e costura e silk-screen). Outras 180 pessoas da comunidade fazem cursos de culinária pantaneira e corte e costura.

Hoje o Moinho tem 16 alunos monitores de sala, que ganham uma bolsa de R$ 300, e 13 alunos deles dão aulas particulares de violão e teclado, complementando a renda com o que aprenderam. Na cooperativa Vila Moinho, entre novembro e março, a retirada média foi de 2,5 salários mínimos. Outros índices de impacto social apresentados pela entidade:

  • aumento da média de aprendizado de alunos da rede municipal de ensino (a média nacional é de 28%, a estadual, de 31%, a do município de Corumbá, de 15%, e a dos alunos do Moinho Cultural, de 56%);
  • envolvimento de 2.290 alunos de escolas públicas em concertos da Orquestra Vale Música;
  • formação de 15 multiplicadores na área da dança;
  • transferência de tecnologia e práxis social para o ambiente formal para 500 alunos;
  • acolha e cuidados para 100% das crianças que eram exploradas sexualmente;
  • em cinco anos atuando no território, 20 mil pessoas foram atendidas pelos projetos do IHP;
  • em 2009, 4.000 beneficiados tiveram aumento da qualidade de vida, foram desenvolvidas no Moinho Cultural 6.527 atividades de apoio escolar e servidas 108 mil refeições.

Além da mensuração quantitativa do impacto social, são realizadas diversas análises qualitativas. Quando o participante inscreve-se na organização, é realizada uma anamnese (entrevista inicial) pela equipe da área social para conhecer o perfil socioeconômico familiar. A ferramenta foi desenvolvida pela Vale. Depois o departamento de assistência social aplica pesquisas semestrais com os participantes. Todos os funcionários do Moinho Cultural fazem semestralmente uma autoavaliação, uma avaliação dos profissionais com quem estão diretamente envolvidos e outra da instituição de uma maneira geral. Em parceria com universidades, são feitas pesquisas de opinião anualmente com familiares de participantes da organização, com segmentos da comunidade e com formadores de opinião. Delas originam os indicadores sociais do instituto.

O IHP iniciou suas atividades na capital de Mato Grosso do Sul, Campo Grande. Em 2004, com a inauguração do projeto Moinho Cultural Sul-Americano, passou a atuar em Corumbá, na fronteira com a Bolívia, estendendo-se depois a Ladário, município vizinho, e cruzando, na sequência, a fronteira até as cidades de Puerto Suarez e Puerto Quijarro, na Bolívia.

O IHP possui um núcleo de Pesquisa e Sistematização, que se reúne semanalmente para gerar, agregar, processar e difundir conhecimento técnico especializado acerca da ação multidisciplinar do Moinho Cultural Sul-Americano e das instituições articuladas. Para isso, estabeleceu parcerias com programas de formação de mestrado e doutorado em universidades locais, nacionais e latino-americanas. O know-how técnico e organizacional "é sistematizado com a práxis".

A empreendedora social quer multiplicar o projeto na Bolívia tendo os alunos formados como gestores e o Moinho como prestador de consultoria.

O Moinho participa diretamente da formação de políticas públicas por meio do engajamento de seus beneficiários como atores sociais. Assim tem hoje três pais de alunos que participam de Conselhos da Assistência Social e da Criança e do Adolescente; um colaborador que participa do Conselho do Fundo de Investimento Social, em que propõe e aprova ações na área social da cidade de Corumbá; e um aluno representante mirim do Conselho da Criança e do Adolescente, que participa de fóruns e encontros nacionais e estaduais.

A organização pretende ampliar a discussão e influência sobre políticas públicas por meio de um programa de uma hora semanal que acaba de conquistar em uma rádio comunitária. O primeiro programa irá ao ar no mês de novembro.

Por fim, realiza parcerias com as escolas municipais e o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), em que oferece para a comunidade em geral palestras sobre a utilização de softwares livres e programas de geração de renda com cursos de gastronomia, corte e costura, silk-screen e artesanato em fibras.

O Moinho Cultural atua com o desenvolvimento de todas as potencialidades humanas, visando o equilíbrio entre os aspectos cognitivos, afetivos, psicomotores e sociais. Possui uma abordagem com foco interdisciplinar, de práxis artística e de convivência socioambiental em tempo integral viabilizado pela colaboração escola-ONG-família. A organização trabalha com três pilares para atingir as estratégias de desenvolvimento humano e desenvolvimento social sustentado:

  1. Formação integral de intérpretes-criadores - o intérprete-criador é o artista que se orienta pela atuação baseada não somente na reprodução da partitura de um terceiro mas principalmente na construção de uma sintaxe autoral. Tem autonomia para interpretar o mundo e participa cultural, econômica e politicamente, de forma a ser capaz de reinventá-lo. Os princípios da formação do intérprete-criador são: pensar com autonomia, expressar com liberdade, agir com consciência, construir com disciplina, conviver e criar. O Moinho também aborda em sua formação os pilares do desenvolvimento humano: aprender a conhecer (adquirir os instrumentos da compreensão), aprender a fazer (para poder agir sobre o meio envolvente), aprender a viver juntos (a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas) e aprender a ser (via essencial que integra as três precedentes).

Plataformas para abordagem interdisciplinar:

  • Eixos - dança clássica, contemporânea e popular e música erudita e popular;
  • Abordagens interdisciplinares próprias - educação ambiental, educação patrimonial, língua portuguesa, língua espanhola, artes e culturas sul-americanas;
  • Abordagens interdisciplinares em colaboração com as escolas - comunicação e expressão, estudos sociais, ciências, matemática, artes e educação física;
  • Serviços de apoio e orientação - apoio pedagógico, apoio psicológico, atendimento social, assistência médica e odontológica, infocidadania e tecnologia fonoaudiovisual.
  1. Família - também é tida como protagonista, proporcionando sustentabilidade ao desenvolvimento integral do filho participante do projeto. A família forma uma onda propagadora das ações e consegue atingir pessoas indiretamente ligadas ao projeto. Tem o espaço aberto e é incentivada a conviver com o filho sendo voluntária do projeto, a propor ações colaborativas e pedagógicas e a participar de cursos para geração de renda;
  2. Comunidade - o Moinho participa ativamente da comunidade quando ressalta os valores locais e trabalha com a oferta e a valorização direta das manifestações culturais. Por exemplo, quando a cooperativa Vila Moinho participa das escolas de samba na construção de figurinos e acessórios ou quando o Moinho insere a viola-de-cocho (instrumento de cordas típico da região, fabricado artesanalmente) como um naipe da orquestra juvenil -e também a apresenta da forma tradicional, tocando o cururu e o siriri, entre mestres do saber e adolescentes brasileiros e bolivianos.

A candidata desenvolveu um modelo de gestão em forma de mandala, para que o homem seja o centro, e os programas, o entorno, sem hierarquia, mas desenvolvidos em conjunto. Um proporciona a sustentabilidade do outro em uma metodologia transdisciplinar, em que cada projeto de cada programa se alimenta e é alimentado por todos, e seus resultados se interligam.
Todos ocupam o mesmo palco, algumas vezes apresentam movimentos simétricos, homogêneos; em outras, há grande assimetria criativa que leva a um espetáculo de variedades, no qual o respeito, a tolerância e a convivência são primordiais. Essa diversidade presente nos diferentes cantos da organização é celebrada e incentivada. Dessa forma, organização é dividida em quatro programas:

  1. Desenvolvimento sociocultural - além do curso de formação profissional de bailarinos e músicos, as crianças passam diariamente quatro horas no projeto, onde têm aulas de idiomas (português, espanhol, inglês e francês), apoio escolar, ilhas culturais, educação ambiental e patrimonial, assistência médica e social. São 302 beneficiários de 48 escolas;
  2. Histórico-cultural - tem como ideal promover atividades que protejam e valorizem os patrimônios arquitetônico e cultural da região e de suas comunidades tradicionais. Nesse programa está inserido o projeto Memorial do Homem Pantaneiro, que está em fase de captação de recursos para ser implantado;
  3. Ambiente - são oito projetos, com destaque para a gestão de RPPNs, que incluem plano de manejo, assistência e capacitação a 40 famílias ribeirinhas, além de pesquisas científicas, dentro de um projeto de proteção de 300 mil hectares da serra do Amolar, e um curso de guia de observação de pássaros;
  4. Desenvolvimento de Base - no núcleo de econegócios Vila do Conhecimento, pais de alunos e membros da comunidade participam de cooperativas e cursos e oficinas de gastronomia pantaneira, corte e costura e informática (parceria com o CDI). As cooperativas têm o IHP como cliente (uniformes, figurinos e lanches), além de uma loja de artesanatos, onde são vendidos objetos de fibras de aguapé/camalote e couro de peixe, ladrilhos hidráulicos, bolsas e estojos feitos de sacolas de malotes cedidas pelos Correios e camisetas bordadas e com silk-screen. São 35 cooperados.

"Eu tinha sete anos quando vi uma apresentação dos alunos do Moinho na televisão. E me imaginei dançando. Fiz a inscrição e passei.

Comecei na orquestra, mas logo me interessei pela dança, porque acho mais bonito. Alguns meninos ainda me zoam, dizem que balé é para menina, mas já acostumei, não ligo.

Me esforço muito, são quatro aulas por dia, fico cansado, mas sei que, para ser um bom bailarino, é preciso muita dedicação, postura e respeito. Aprendi tudo isso aqui e ainda fiz muitos amigos.

A renda mensal da minha família é de 1,5 salário mínimo na época de pesca --fora desse período, o dinheiro diminui em 30%. Minha mãe é diarista, e meu pai, catador de iscas e piloteiro de barco.

O Moinho mudou minha vida: se eu não estivesse aqui, estaria na rua, só brincando ou fazendo nada.

Na escola, as professoras disseram que estou sim mais concentrado e disciplinado, fiquei em segundo lugar na minha turma! Tenho certeza de que serei um bailarino profissional e meu sonho é um dia dançar em Nova York."

Kelven Alex Lopes de Jesus, 13, aluno do Moinho Cultural Sul-Americano desde 2005, é morador da região do porto de Corumbá, onde o narcotráfico e a prostituição aliciam crianças. Filho único, vive em uma casa de alvenaria, sem acabamento, às margens do Rio Paraguai, que alaga nas cheias, com outros 15 familiares, entre avós, tios e primos

 
Patrocínio: Coca-Cola Brasil e Portal da Indústria; Transportadora Oficial: LATAM; Parceria Estratégica: UOL, ESPM, Insper e Fundação Dom Cabral
 

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