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Sueli de Lima Moreira

Quem é ela?

Sueli de Lima Moreira, 46, artista plástica e educadora.

Organização: Casa da Arte de Educar
Ano de fundação: 1999
www.artedeeducar.org.br

A Casa da Arte de Educar trabalha pelo direito de aprendizado por parte de crianças e adolescentes moradores de periferias. Para isso, desenvolveu a Mandala dos Saberes, uma inovadora metodologia pedagógica que sistematiza as teses de Paulo Freire de integração entre os saberes locais e culturais comunitários com os saberes escolares e científicos. Com forte influência em políticas públicas, a iniciativa, que beneficia diretamente 360 crianças nas favelas de Mangueira e Macacos, no Rio, está sendo replicada a 10.042 escolas de todo o país e a Pontos de Cultura em cinco capitais (Belém, Brasília, Porto Alegre, Recife e Rio), em parceria com os ministérios da Educação e da Cultura, respectivamente.

Pedagogia da troca

Inspirada em Paulo Freire, educadora cria método que integra saberes populares e científicos nos morros cariocas e em escolas de todo o país

GABRIELA ROMEU
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

A educadora Sueli de Lima, 46, era uma adolescente quando virou (literalmente) de pernas para o ar as mesas da escola pela primeira vez. Indignada com uma reprovação injusta, ela se rebelou contra a instituição educacional, a mesma que tenta reinventar todo dia.

Foi também num "momento de revolta", nesses de querer virar a mesa, que começou a formular a tecnologia social Mandala de Saberes. É aplicada no "laboratório" de sobrados de dois morros cariocas, na Mangueira e em Vila Isabel, onde atua Casa da Arte de Educar, criada pela empreendedora.

Nessas casas fincadas no pé de dois morros, Sueli e outros educadores desatam diariamente o nó de um fio que separa dois mundos.

"Existe uma linha invisível que separa o saber da escola e o saber do menino de periferia. Se a gente começa a criar essa conectividade, se consegue furar essa linha e levar uma questão de um lado para o outro, a educação avança", afirma a doutoranda em educação da USP (Universidade de São Paulo).

A Mandala de Saberes, criada em 2007, é uma metodologia que coloca o indivíduo no centro da esfera, em sintonia com questões relacionadas à identidade, à memória, à cidade e às manifestações artísticas, entre outras.

"Totalmente favelada"

A busca para romper a linha imperceptível que aparta saberes populares (ou comunitários) e saberes científicos (ou escolares) já despontava na adolescente que decidiu parar de estudar no ensino médio e, ao mesmo tempo, descobriu que seu rumo na vida seria a educação. Inconformada assumida desde a infância, parecia uma maneira de não ficar passiva diante da realidade.

Livros do educador pernambucano Paulo Freire (1921-1997) na mochila, a jovem "hippie" subiu, então, o morro da Rocinha na adolescência, quando fez seu primeiro "estágio" com lideranças comunitárias como dona Elisa.

Na rua um da Rocinha, a educadora popular foi uma de suas mestras, com quem aprendeu que a educação extrapolava o limite dos livros. Descobriu que educação "era também uma prática em lidar com uma dificuldade do real".

Desde então, subiu vários outros morros cariocas Vidigal, Maré, Mangueira, Macacos. E conheceu várias outras "Donas Elisas", inspirações para o aprimoramento da metodologia que valoriza ciências invisíveis, que incluem técnicas para construir puxadinhos verticais e curas que vêm dos chazinhos da "dona Maria da esquina".

"Hoje sou totalmente favelada", brinca a carioca que cresceu na Gávea, na zona sul do Rio, em uma casa que tinha como paisagem a favela Parque Proletário, a mesma que viu ser violentamente removida do lugar.

Chia, no entanto, se pintam com "tintas românticas" a trajetória da educadora formada em educação artística. "Não é porque cresci em frente a uma favela que quis mudar as coisas. Foi muito mais um compromisso político que fui assumindo ao longo da vida", afirma.

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Conheça mais sobre a Casa da Arte de Educar

A Casa da Arte de Educar tem contribuído de forma inovadora para a qualificação da educação pública no país, com chancela dos ministérios da Educação e da Cultura, sobretudo por meio de uma metodologia criada pela empreendedora social em 2007, a Mandala dos Saberes. Com foco na educação integral, a didática, que é constantemente reavaliada, foi adaptada e aperfeiçoada para a EJA (Educação de Jovens e Adultos).

O trabalho estrutura-se em uma práxis que busca aliar o fazer à pesquisa e vem se constituindo num espaço de formação para os profissionais envolvidos, bem como para a construção de políticas públicas no país. A principal inovação dessa tecnologia social é sistematizar de forma clara, eficiente e replicável, ainda que aberta, valores freireanos de integração entre os saberes locais e culturais dos alunos com os saberes escolares e científicos, de forma a colaborar para a ampliação do diálogo entre escolas e comunidades.

Com um orçamento mensal estimado em cerca de R$ 40 mil perfazendo R$ 480 mil anuais, sem incluir ações pontuais realizadas a partir de editais, a Casa da Arte é uma organização de pequeno a médio porte cujos recursos se concentram em repasses governamentais (70% das receitas). O restante 30% provém de parcerias com a iniciativa privada.

Diferentemente de outras ONGs cuja atuação permite a venda de produtos (CDs, shows, artesanatos etc.) ou a prestação de serviços (consultorias, eventos, palestras etc.), ao ter como foco o trabalho em prol da melhoria da educação pública no país, a Casa da Arte enfrenta a dificuldade de não apresentar fontes relevantes de receita própria. A fim de diversificar os financiamentos e não ficar à mercê dos sempre instáveis repasses e editais, contudo, a entidade planeja realizar campanhas em parceria com associações, que serão disseminadoras de seu trabalho para empresas. Atualmente, a ABF-RJ (Associação Brasileira de Franchising), por meio da Afras (Associação Franquia Sustentável), negocia apoio à organização. Outro alvo da entidade é o SindRio (Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes). A candidata visualiza também a possibilidade de a ONG prestar serviços de turismo nos morros da Mangueira e da Vila Isabel, onde tem forte penetração, e no Centro de Convenções SulAmérica, um de seus parceiros. Atualmente, a organização faz uma avaliação da eficácia de sua participação em editais, com o objetivo de maximizar o retorno na abertura dessas fontes de financiamento.

Em termos de continuidade no longo prazo, a empreendedora social tem de superar o desafio de profissionalizar a gestão e criar mecanismos sucessórios e de descentralização das decisões. O estabelecimento recente de um conselho de administração, com executivos renomados, é um sinalizador de que a Casa da Arte se move nesse sentido.

Principais parceiros: Abadá Capoeira, Atelier da Imagem, Banco Santander, Criança Esperança, Casa da Ciência, Centro Cultural Banco do Brasil, Faperj (Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro), Fiocruz, Fundição Progresso, Giovanni FCB, Instituto Desiderata, Instituto de Educação do Rio de Janeiro, Itaú, MAM Rio, Ministério da Cultura (Programa Cultura Viva) e Fundo Nacional de Cultura, Ministério da Ciência e Tecnologia, Ministério da Educação, Museu de Astronomia, Museu de Ciências da Terra, Museu Nacional da Quinta da Boavista, Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, Sociedade Brasileira de Psicanálise, SulAmérica Seguros, Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), Unicef e Universidade de São Paulo.

Nas suas atividades locais de educação integral, a Casa da Arte beneficia cerca de 360 crianças e adolescentes por ano nas duas unidades (Mangueira e Vila Isabel). Com relação à Educação de Jovens e Adultos, são cerca de cem alunos atendidos por ano. O projeto também atinge de forma indireta cerca de 2.000 indivíduos (familiares dos alunos do projeto, pessoas da comunidade e familiares dos alunos das escolas parceiras).

Nacionalmente, a organização começa a influenciar 10.042 escolas do Programa Mais Educação, do Ministério da Educação, e cem Pontos de Cultura das cinco regiões do país.

Em 11 anos de atividades, a Casa da Arte realizou 23 projetos, com 16 empresas e cinco órgãos governamentais, atingindo diretamente 5.200 crianças e, indiretamente, outros 19 mil jovens.

A avaliação qualitativa e quantitativa do impacto gerado são realizadas sistematicamente. O trabalho tem a supervisão de professores dos departamentos de Educação da USP e da Unisantos, que, por meio de uma pesquisa-ação, fazem uma pesquisa anual baseada nas ações da ONG. Ao longo do ano, são avaliadas as relações professor/Casa da Arte, professor/aluno, aluno/Casa da Arte, família/aluno, família/Casa da Arte, escolas/Casa da Arte, escolas/aluno e autoavaliação dos alunos. Alguns dos resultados mais importantes (de 2009) demonstram:

  • a reprovação por desempenho ou frequência de alunos do segundo ao nono anos é de 15% em escola da Mangueira e 13% da Vila Isabel contra 2% de aluno da Casa da Arte;
  • a evasão dos alunos do segundo ao nono anos fica em 2% em escola da Mangueira e 3% na Vila Isabel, contra 0% dos alunos da Casa da Arte;
  • 47% dos alunos melhoraram na escola depois de frequentar as atividades da casa, e 72% realizam suas tarefas escolares sozinhos;
  • entre os indicadores de resultados qualitativos, estão aumento do interesse pela escola, por aprender, debater e trocar e pela leitura e redação de textos; valorização da cultura nacional; ampliação da consciência ambiental; maior interesse das famílias na vida acadêmica de seus filhos; resgate de brincadeiras, saberes e canções; maior envolvimento de museus e instituições culturais no programa.

A avaliação de impacto nacional deve ser realizada em 2011, em parceria com o MEC e a UFRJ.

A Casa da Arte de Educar iniciou seu trabalho em 1999 na Mangueira, desenvolvendo um trabalho de educação complementar em oficinas de linguagens artísticas do Ciep Nação Mangueirense. No ano seguinte inaugurou sua primeira unidade no bairro (a atual é a terceira casa) e, em 2003, abriu uma segunda casa, na favela de Macacos, no bairro de Vila Isabel. Agora, trabalha com a possibilidade de abrir uma terceira unidade, na comunidade de São Carlos, por solicitação da SulAmérica Seguros, em processo de negociação.

A partir de 2008, o projeto passou a ter alcance nacional, por meio da parceria com o Ministério da Educação, que quer levar a Mandala dos Saberes para a rede de 10.042 escolas estaduais e municipais ligadas ao Programa Mais Educação. Neste ano, o trabalho de replicação ampliou por meio de parceria com o Ministério da Cultura para levar a metodologia a Pontos de Cultura (entidades com ações de impacto sociocultural em suas comunidades reconhecidas e apoiadas financeira e institucionalmente pelo Ministério da Cultura) nas cinco regiões do Brasil (Belém, Brasília, Porto Alegre, Recife e Rio de Janeiro).

O conhecimento é desenvolvido nas unidades da Mangueira e de Macacos, que servem de laboratório para testar as práticas a serem replicadas. A Mandala dos Saberes foi sistematizada a pedido do Ministério da Educação, o que gerou a publicação do caderno "Rede de Saberes Mais Educação Pressupostos para Projetos Pedagógicos de Educação Integral".

Capaz de ser aplicada em qualquer espaço educacional (ONGs e escolas), a tecnologia social desenvolvida vem sendo disseminada por meio de seminários de formação continuada para professores e de fóruns virtuais de debates pedagógicos, de forma que cada escola possa construir projetos pedagógicos que expressem a cultura local.

Vale ressaltar que a formação de educadores aconteceu nos Estados de Minas Gerais, Pará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal.

O crescimento via políticas públicas já faz parte do planejamento estratégico da organização. Ciente de sua limitação em quantidade de beneficiários nas unidades diretamente administradas pela Casa da Arte, a empreendedora social optou pela expansão em escala de sua metodologia por meio de parcerias governamentais.

A pedido do Ministério da Educação, a Mandala dos Saberes foi sistematizada com foco na educação integral. Posteriormente, o ministério solicitou que a metodologia fosse adaptada e aperfeiçoada para a EJA (Educação de Jovens e Adultos).

A ONG também é um Pontão de Cultura, responsável por articular e disseminar sua metodologia entre Pontos de Cultura e escolas públicas relacionadas a essas organizações em todo o Brasil.

A fim de influenciar políticas com foco na qualificação da educação pública brasileira, a empreendedora social também participa de debates, engaja-se em redes de gestores de ensino e professores nas três esferas governamentais e lança livros relatando suas experiências.

A metodologia Mandala dos Saberes se estrutura a partir do diálogo entre os conteúdos escolares e a cultura popular. A instituição entende que o sucesso da proposta está diretamente articulado à capacidade de integração de experiências, conteúdos, projetos, intenções e métodos, ou seja, do avanço nas teses de Paulo Freire entre a educação e a cultura. O objetivo foi criar um sistema não linear e simples, capaz de representar o complexo esquema articulado entre currículos e a vida cotidiana. As mandalas podem assumir diferentes formas e assim permitir que a diversidade da cultura seja expressa em projetos pedagógicos. Todos os agentes envolvidos no processo (pais e responsáveis, alunos de todas as faixas etárias, professores das escolas, coordenadores, diretores de escolas e membros das comunidade) apresentam experiências distintas que precisam estar articuladas em um projeto comum.

Dessa forma, foram selecionadas 11 áreas de saberes comunitários: habitação, corpo/vestuário, alimentação, brincadeiras, organização política, condições ambientais, mundo do trabalho (moedas de troca), curas e rezas, expressões artísticas (verbais, visuais, corporais e musicais), narrativas locais e calendário local.

Já os saberes escolares relacionados foram: curiosidade, questionamento, observação, desenvolvimento de hipóteses, descoberta, experimentação, desafio, identificação, classificação, sistematização, comparação, relações, conclusões, debate, revisão, criar, jogar e, novamente, curiosidade (voltar a se perguntar).

Projeto pedagógico A partir desses saberes, a Casa da Arte estruturou seu projeto pedagógico em que a formação dos alunos acontece em cinco núcleos de pesquisa:

  • artísticas são realizadas pesquisas nas linguagens visual, musical e corporal a partir do confronto entre o interesse identificado na comunidade, a produção contemporânea e a história e os desafios da linguagem abordada;
  • pesquisa da memória são desenvolvidas oficinas de fotografia, vídeo e criação de textos com o objetivo de produzir reflexões acerca da identidade sociocultural das comunidades, constituindo um banco de dados comunitário;
  • pesquisa para a escola espaço de desenvolvimento e aprofundamento dos conteúdos escolares, frente a uma nova abordagem da aprendizagem, buscando aliar os desafios escolares às outras atividades realizadas na ONG por meio dos saberes comunitários;
  • educação urbana tendo em vista que a cidade possui em si uma dimensão educadora, busca garantir aos alunos experiências reais onde vivem com visitação a museus, centros culturais e monumentos históricos do Rio;
  • educação para ciências em parceria com o Museu de Ciências da Terra, tem como objetivo promover o interesse pelas ciências pela difusão do conhecimento científico, associando os desafios e as práticas locais aos globais.

Em 2010, a Casa da Arte executa os seguintes projetos:

  • Programa Cultura Viva (Ponto de Cultura/Secretaria Estadual de Cultura) pretende desenvolver uma rede de pesquisa-ação entre Pontos de Cultura e escolas públicas, a fim de desenvolver metodologia que aproxime as práticas culturais das educativas;
  • Fomento à Leitura (Ministério da Educação) programa articulado entre duas linhas de ação: formação de leitores e mediadores de leitura e fomento à produção de tecnologias educacionais. Envolve 200 jovens e adultos e visa construir estratégias detalhadas para a leitura e a produção em distintas linguagens com vistas ao retorno à vida escolar;
  • Combatendo a Evasão Escolar no Ensino Médio (Banco Santander) tem como objetivo promover o ingresso no ensino superior de jovens entre 16 e 19 anos que muitas vezes se veem forçados a parar de estudar;
  • Formação Musical nas Casas das Artes (SulAmérica Seguros) oferece a 80 jovens a oportunidade de construir uma linguagem artística, ao mesmo tempo em que promove o levantamento e a discussão sobre os saberes culturais das comunidades atendidas;
  • Educação para as Ciências em Favelas do Rio de Janeiro (Unicef/Criança Esperança) em sua terceira etapa, busca difundir o interesse pelas ciências entre 400 estudantes. A ideia é que as pesquisas sejam transformadas em diversos brinquedos capazes de aliar conceitos científicos à metodologia artística, tornando-as do interesse infanto-juvenil.

"Moro na Mangueira, no Buraco Quente, que fica num lugar como se fosse um vale. Ali os mais velhos dizem que é o 'fervo' da Mangueira. Desde 2004, trabalho como coordenadora da Casa das Artes daqui. Fui aluna do projeto, antes de ser Casa das Artes, no ensino médio. Foi aí que conheci a professora Sueli.

Depois, passei a trabalhar com os jovens e comecei a me destacar. A Sueli conta que me olhou com olhos mais sensíveis. Ela diz que conseguia ver um dinamismo, uma vontade de aprender e crescer muito grande em mim.

A Casa das Artes é a minha casa. Cada dia que tento levantar, ela é a minha esperança. Aqui eu me sinto contribuindo com a minha comunidade. Muitas vêm para cá porque a mãe está trabalhando e ficam em casa sozinhas; outras vêm com aquele dever que a mãe não sabe explicar.

Aqui atendemos 140 crianças e 50 adultos. Conheço todas as crianças e todas as suas histórias. Para entender o problema, é preciso conhecer a história deles. É preciso dar bastante carinho, para que tenham força de novo, tenham vontade de aprender de novo. As crianças têm suas histórias de vidas mudadas depois que passam a frequentar a casa.

O Sérgio, por exemplo, é um menino que estava com muita dificuldade. Um dia a mãe descobriu que o pai dele tinha uma outra família e abriu isso para todo mundo. Eu sempre via o Sérgio empinando pipa, e ele não ia para o colégio.

A mãe dele pediu ajuda, sabia que eu era da Casa da Arte. No outro dia subi [o morro], fui conversar com o Sérgio. Ele não acreditava em nada do que eu dizia, falou: 'O meu mundo acabou, meu pai também contava muita mentira'. Eu falei: 'Me dá uma oportunidade para eu mostrar que é diferente'.

E ele veio [participar da casa]. Depois, eu consegui trazer a mãe dele para a EJA [Educação de Jovens e Adultos]. Conseguimos empregar ela. O Sérgio, um tempo depois, sentou aqui e disse: 'Tia, obrigado por não ter mentido pra mim'.

O maior retorno da casa é quando eu subo a comunidade e as crianças veem pra cima de mim. Quando vou ao colégio, os professores falam: 'Nossa, quem é essa?'. 'É a Tia Carol', as crianças respondem.

Com a Mandala, a gente consegue ter mobilidade. Posso fazer um carinho na cabeça dele, algo que nunca sentiu, e ainda estar educando. Sabe, a metodologia da Mandala te possibilita isso.

Quando as pessoas que estão atuando com ela têm essa sensibilidade, a coisa acontece. Porque consigo desenvolver a criança como pessoa, educacionalmente, mentalmente.

É essa amplitude que a Mandala nos dá e é onde nos diferencia dos outros trabalhos. As pessoas às vezes acham que dar aula é sentar na sala e dizer: 'Pega o caderno, todo mundo' e encher o quadro. Não é assim. Aqui, a criança participa com o professor, tem voz. A minha casa é especial."

Rose Carol André da Silva, 28, pedagoga e coordenadora da Casa das Artes da Mangueira

 
Patrocínio: Coca-Cola Brasil e Portal da Indústria; Transportadora Oficial: LATAM; Parceria Estratégica: UOL, ESPM, Insper e Fundação Dom Cabral
 

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