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Maço de cigarro sem cor e marca tem menos apelo para jovens
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JOHANNA NUBLAT
DE BRASÍLIA
Tirar marca, cor e descrições do maço do cigarro pode reduzir o apelo que o produto tem sobre as jovens brasileiras e, assim, diminuir sua suscetibilidade ao fumo.
É o que indica um estudo feito por pesquisadores do Canadá com 640 brasileiras de 16 a 26 anos -faixa etária considerada crítica na iniciação do tabagismo. O trabalho foi publicado neste mês na revista "BMC Public Health".
O Brasil foi escolhido por ser o 7º país com o maior número de fumantes, segundo os pesquisadores. Uma pesquisa telefônica feita pelo governo, em 2011, indicou que 14,8% dos adultos fumam.
O objetivo do novo estudo foi testar o impacto da aparência do cigarro em mercados da América Latina e nas jovens, público prioritário para a indústria tabagista.
Por um teste on-line, em que viam imagens de maços, as participantes avaliaram como percebiam o gosto, a atração, o risco à saúde, a imagem do fumante e a potencial maciez na garganta de diferentes cigarros.
Três tipos de maço foram apresentados: 1) com marcas, cores e descrições (incluindo rosa, verde-claro, com desenhos e sabores); 2) com nome e descrições do cigarro, mas sem cores e desenhos; 3) apenas com o nome do cigarro.
A conclusão é que aplica-se ao Brasil a ideia de que tirar marcas e cores reduz o apelo do cigarro e as opiniões positivas sobre as marcas, diz Christine White, da Universidade de Waterloo (Canadá).
Isso dá força à proposta dos maços genéricos, em que apenas o nome do cigarro é grafado no produto. A Austrália deve ser o primeiro país a adotar esse tipo de maço, em dezembro deste ano.
O trabalho também indica que as descrições impressas no maço têm influência sobre as jovens. Essa conclusão, especialmente quando se trata das descrições de sabores, é importante para o Brasil, diz a pesquisadora, pela proibição aos cigarros com aromas, como os mentolados.
O estudo ainda sugere que maços fininhos com nomes glamourosos influenciam a preferência das mulheres.
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