Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
14/10/2012 - 05h05

'Milésima opinião' também pode ter seus riscos

Publicidade

MARIANA VERSOLATO
DE SÃO PAULO

Não é de hoje que pacientes usam o "potencial curativo" da internet e trocam informações sobre doenças em sites e blogs pessoais. O caso de Salvatore Iaconesi, porém, é um ponto fora da curva, dizem oncologistas.

Italiano quer ajuda de internautas para se curar

"É interessante porque ele inverte o processo, os médicos é que o procuram. Mas é tão fora da prática clínica que não sei dizer o quando pode ser benéfico", diz Rafael Schmerling, oncologista clínico do Hospital São José.

"Isso pode fazer todo o sentido para ele, que lida com tecnologia. É um caso único. Ele está conseguindo uma segunda, terceira, até uma milésima opinião, mas também corre o risco de receber sugestões de tratamentos sem eficácia."

Max Mano, oncologista do Hospital Sírio-Libanês, conta que muitos de seus pacientes criaram blogs, pelos quais conversam com outras pessoas com câncer.

"O resultado dessa exposição é individual e muito variável. Ao mesmo tempo que as pessoas criam uma rede de apoio, elas podem ficar expostas à pilantragem e descompensarem psicologicamente depois de ficar sabendo que alguém com o mesmo problema piorou."

A decisão de Iaconesi de exibir as imagens de seu tumor e anunciar a doença também é incomum, dizem.

Em geral, as pessoas contam que têm um câncer para pouca gente, apesar de o enfrentamento da doença ser melhor porque já não se trata mais de sentença de morte, segundo Schmerling.

Da mesma forma, nem todos querem participar do processo de escolha de tratamento e saber todos os detalhes, como fez o artista.

Os oncologistas afirmam que o paciente mostra o quanto quer saber. "Grande parte do nosso sucesso tem a ver com essa sensibilidade", diz Mano. (MV)

+ Livraria

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página