Raio-X da boca auxilia no diagnóstico da osteoporose
Simples exames de raio-X da boca, aqueles rotineiramente pedidos pelos dentistas, têm ajudado um hospital de Brasília a identificar mulheres com risco maior de ter osteoporose, uma doença que enfraquece os ossos e pode levar à morte.
Na clínica de odontologia do hospital da UnB (Universidade de Brasília), as pacientes que têm o osso da mandíbula mais fino que o normal são logo encaminhadas para um médico.
Ricardo Marques/Folha Imagem |
Mulher passa por raio-X que ajuda a detectar a osteoporose; exame simples tem ajudado hospital identificar vítimas da doença |
"A espessura normal da mandíbula inferior é de quatro a cinco milímetros. Menos que isso, a pessoa tem predisposição à osteoporose. Na radiografia, também vemos lacunas, áreas de erosão. É bem nítido", afirma o dentista André Leite.
Ele chegou a essa conclusão após analisar os exames de 351 mulheres adultas. Os dados estão em sua dissertação de mestrado na UnB, concluída recentemente. Estudos semelhantes realizados no exterior têm apontado resultados parecidos.
O dentista da UnB explica que o raio-X não substitui a densitometria óssea, o exame indicado para detectar a osteoporose. Segundo ele, a radiografia serve para ajudar no diagnóstico precoce da doença.
A osteoporose normalmente só é descoberta quando o paciente sofre uma pequena queda que não deveria ter importância, mas resulta em ossos quebrados --é sinal de que os ossos já estão fracos e a doença está em estágio avançado.
O raio-X da boca funciona como um pré-exame. Indica que pacientes devem fazer uma densitometria. A radiografia da boca custa, para o SUS (Sistema Único de Saúde), R$ 9. A densitometria, R$ 55.
"O problema é que, atualmente, as pessoas mais interessadas em fazer a densitometria são aquelas que já têm a doença. Por isso, é ótimo que haja mais profissionais [os dentistas] estimulando o diagnóstico precoce", diz a médica Tatiana Freitas Tourinho, da Sociedade Brasileira de Reumatologia.
A osteoporose atinge principalmente as mulheres mais velhas, que já passaram pela menopausa. De cada três mulheres com mais de 50 anos, uma terá fratura por osteoporose, segundo dados internacionais.
A doença não tem cura. Em 2006, o sistema público de saúde do Brasil gastou perto de R$ 50 milhões com internações de idosos por fratura de fêmur.
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