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03/08/2010 - 07h38

Peso conta mais do que boa forma para conter pressão alta, sugere estudo

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DA REUTERS

Para tentar controlar a pressão arterial e mantê-la em níveis saudáveis, um novo estudo sugere que se preocupar com peso é mais importante do que estar em forma.

Como esperado, o estudo descobriu que pessoas com sobrepeso ou obesas estão mais propensas a ter uma pressão arterial sistólica -o número mais alto em uma leitura de pressão arterial. Mas a forma daqueles com um IMC (índice de massa corporal) elevado teve apenas um pequeno impacto sobre a pressão arterial.

Os resultados sugerem que as pessoas que estão tentando diminuir o risco de pressão alta devem concentrar-se em perder peso da forma mais eficaz que puderem, segundo os autores, e que o aumento da aptidão física deve ser um objetivo secundário.

"A obesidade é um indicador tão forte de pressão arterial ou risco de hipertensão que ter um peso corporal normal é realmente o que vai conduzir a sua pressão arterial ao invés de seu nível de aptidão", disse Susan Lakoski, cardiologista da Universidade do Texas Southwestern Medical Center e uma das autoras do estudo.

Um em cada três adultos norte-americanos tem a pressão arterial elevada - acima de 140/90 - incluindo mais de metade daqueles com mais de 55 anos. A pressão arterial elevada coloca uma pessoa em maior risco de derrame, ataque cardíaco e doença renal.

Os Centros de Controle de Doenças e Prevenção relatam que a pressão arterial elevada custará aos EUA mais de US $ 75 bilhões em 2010 - a partir de hospitalizações e consultas médicas, medicamentos e perda de tempo no trabalho. Médicos recomendam frequentemente medicação e mudanças de estilo de vida, incluindo exercício, para pacientes com pressão arterial elevada.

No estudo, publicado no American Heart Journal, Lakoski e seus colegas analisaram dados de aproximadamente 35.000 pacientes, principalmente homens brancos, recolhidos ao longo dos últimos 20 anos na Clínica Cooper em Dallas, Texas. Quando o paciente chegou na clínica, o médico mediu sua composição corporal, pressão arterial e níveis de aptidão.

Para determinar a forma dos pacientes, os médicos cronometraram quanto tempo eles poderiam manter um ritmo confortável a pé em uma escada rolante em diferentes velocidades e inclinações.

Usando estes dados, os autores compararam o IMC, os níveis de aptidão e a pressão arterial sistólica de todos os pacientes para ver se as três medidas estavam ligadas. Entre os participantes, o IMC mais elevado foi associado um aumento da pressão arterial sistólica, uma correlação que foi encontrada muitas vezes no passado.

Mas estar em forma teve menos efeito sobre as leituras da pressão arterial sistólica do que o IMC. Além disso, quando os autores analisaram as pessoas da mesma idade e sexo, a forma física não parece ter qualquer efeito sobre a pressão arterial.

Somente as pessoas de peso normal pareciam ter mais proveito por estar em forma - possivelmente porque o fitness não conseguiu superar os efeitos negativos de ser obeso, de acordo com Lakoski.

Isso não significa que as pessoas que estão acima do peso não devem tentar melhorar a sua forma, disse Paul McAuley, da Universidade Estadual Winston-Salem, na Carolina do Norte. McAuley assinalou que o estudo é apenas um retrato de um grupo de pessoas ao mesmo tempo. Ele não mostra como os participantes se saíram ao longo do tempo.

Sua pesquisa mostrou que pessoas obesas e em forma não têm mais chance de morrer de doença cardíaca e acidente vascular cerebral -ou qualquer outra causa- do que as pessoas que são mais magras e também em forma.

"Nós temos que recuar e dizer, 'o que é medir a pressão sanguínea?'", disse McAuley. "É apenas um indicador, assim como um meteorologista usaria."

Estar ou não na melhor forma afeta a pressão sanguínea de uma pessoa, segundo McAuley, "fitness ajuda a prevenir doenças e mortalidade."

Lakoski concorda que a aptidão física é importante para o risco para a saúde global e de mortalidade.

Tim Church, o ex-chefe de pesquisa médica do Instituto Cooper, que agora estuda exercício e doença no Centro de Pesquisa Biomédica Pennington, da Universidade do Estado da Louisiana, disse que as descobertas não mudam o pensamento atual sobre o exercício e a saúde a longo prazo.

"Ter excesso de peso é ruim, sedentarismo é ruim", disse ele.

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