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08/03/2011 - 12h44

Aparelho desenvolvido nos EUA identifica causa da pneumonia

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MARIANA VERSOLATO
DE SÃO PAULO

Um novo aparelho desenvolvido nos EUA promete identificar o agente causador da pneumonia.

A doença pode ser causada por bactérias, vírus, fungos e protozoários, mas o microrganismo responsável só é identificado em até 40% dos casos da infecção.

A invenção funciona de forma simples: o paciente tosse no bocal do aparelho, que, segundo os fabricantes, é capaz de separar as partículas do pulmão das da boca.

Depois, o filtro é levado para análise clínica, que identifica o agente causador da pneumonia.

O aparelho, que se chama PneumoniaCheck, foi desenvolvido no Georgia Institute of Technology, em Atlanta (EUA) e teve a sua comercialização aprovada pelo FDA (agência que regulamenta remédios nos EUA).

No mês passado, ele foi lançado comercialmente naquele país e poderá ser vendido em outros locais nos próximos dois anos, segundo o fabricante.

Em geral, o diagnóstico da pneumonia é feito por exame clínico e físico, radiografia dos pulmões e exame de sangue, que pode mostrar sinais que indicam uma infecção.

Mas o exame é baseado em presunções e não é definitivo, segundo Elie Fiss, professor de pneumologia da Faculdade de Medicina do ABC e pneumologista do hospital Oswaldo Cruz.

"Para ter um exame com 100% de precisão, é preciso descobrir o agente responsável. Como esse diagnóstico é difícil e pode levar semanas, tratamos o quadro clínico baseado nos sintomas e exames com rapidez para que o quadro não se agrave."

Editoria de Arte/Folhapress

MENOS ANTIBIÓTICOS

Um estudo que mostra a eficácia do novo aparelho foi publicado em dezembro no "Journal of Medical Devices", por técnicos do mesmo instituto que desenvolveu o PneumoniaCheck.

A pesquisa aponta que os filtros do aparelho são capazes de coletar 99,9% das partículas com vírus e bactérias da amostra das vias superiores do pulmão.

Segundo Sarah Ku, coordenadora de produtos da MD Innovate, empresa fabricante do aparelho, a identificação do agente leva a um tratamento mais personalizado, com menos antibióticos, que, se usados amplamente, podem aumentar a resistência das bactérias.

Hoje, os antibióticos são as drogas mais usadas contra pneumonia, mesmo sem a identificação do agente causador da doença.

Segundo Fiss, as diretrizes das sociedades médicas apontam que as bactérias são as maiores responsáveis pela pneumonia. Para eliminar a doença, são usados antibióticos de maior espectro.

Segundo Mauro Zamboni, da Sociedade Latino-Americana do Tórax, o aparelho é interessante, e algo similar já vem sendo testado para doenças como a tuberculose.

Já para Fiss, aparelho não deve ser eficaz, devido à dificuldade em separar as partículas das vias aéreas inferiores e superiores. "Faltam estudos maiores com grupo-controle e placebo."

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