Publicidade
Publicidade
Dor de cabeça é uma das queixas de quem usa lentes multifocais
Publicidade
GUILHERME GENESTRETI
DE SÃO PAULO
A secretária Nadime Antum, 52, usou óculos multifocais por oito anos, mas diz que nunca se acostumou.
"Era muito ruim. No final do dia, meus olhos ficavam vermelhos e eu tinha que usar soro fisiológico para aliviar a dor", conta.
Theo Marques/Folhapress | ||
A secretária Nadime Antum, que aposentou os óculos, em sua casa em Curitiba |
Dirigir, então, era pior. "Não conseguia medir a distância para o carro da frente ou o pedestre." Em 2010, Nadime, que mora em Curitiba, fez cirurgia para implantar lentes intraoculares. Aposentou os óculos. "Um paraíso, outra vida."
O gaúcho Enio Silveira, 43, é míope desde os 11, mas só teve problemas com óculos quando passou a usar multifocais. "Se você levanta a cabeça, fica borrado. É um tapa-olho de cavalo", afirma o analista de sistemas.
Ele diz sentir dificuldade para andar na rua. Vai pedir ao médico que prescreva dois óculos. "Perdi aquela ideia de que é mais fácil ter um só."
Nadime e Enio tentaram as lentes multifocais contra a presbiopia, que afeta todas as pessoas depois dos 40 anos. O músculo que movimenta o cristalino perde elasticidade, dificultando o foco sobre objetos próximos.
As lentes concentram, numa só peça, focos para distâncias longa, média e curta. Levam vantagem sobre as bifocais porque a transição entre os focos é progressiva.
Mas basta um pequeno movimento com a cabeça ou com o olho para enxergar pela distância errada.
Tropeções, dores de cabeça e tonturas são comuns em quem não se adapta. O preço também é um inconveniente.
"Uma lente multifocal boa custa dez vezes o preço de uma lente comum", calcula o oftalmologista Hamilton Moreira, diretor do Hospital de Olhos do Paraná.
No Brasil, uma lente multifocal padrão custa em torno de R$ 600, mas pode chegar a até R$ 3.000, se for mais fina, mais leve e antirreflexo.
Nos EUA, o preço gira em torno de US$ 350 (R$ 563).
Editoria de Arte / Folhapress | ||
DOBRAR A CABEÇA
Uma pesquisa australiana publicada no "British Medical Journal" mostrou que o número de quedas entre idosos que usavam lentes multifocais diminuiu quando eles passaram a usar as de tipo monofocal em ambientes externos e em escadas.
Segundo Moreira, é necessário que o oftalmologista ensine ao paciente a técnica certa para descer uma escada, andar e dirigir. "Tem que mexer a cabeça para não olhar o degrau pela lente de perto", aconselha.
Para Ricardo Uras, oftalmologista da Unifesp, a principal recomendação é paciência. "Não dá para imaginar que vai se acostumar com os óculos multifocais no dia seguinte, mas a maioria consegue em uma semana."
Segundo ele, a adaptação será melhor se o médico avaliar fatores como o tipo de uso que o paciente faz da lente, a forma como trabalha e até a sua altura.
"Só não fica com vista cansada quem morre antes. Então o ideal é se acostumar."
Escolher mal a armação pode comprometer a adaptação, diz Claudia Francesconi, do Hospital Oftalmológico de Sorocaba. "Está na moda usar óculos pequenos, e eles exigem mais ainda que a pessoa movimente a cabeça, já que basta um pequeno movimento para sair do foco", diz.
O médico Hamilton Moreira dá uma dica para quem quer saber se a armação e a lente estão corretas: sentar a uma distância média do aparelho de TV, com uma revista nas mãos. A visão dos dois focos precisa estar perfeita.
"Se a pessoa tiver dificuldade, não adianta forçar. Tem que voltar ao médico para ver o que está errado."
Para quem não se acostumar mesmo, lentes de contato e cirurgias são opções.
+ canais
+ notícias em equilíbrio e saúde
- Poluição de carros pode causar danos ao cérebro, diz estudo
- França indenizará vítimas de remédio que pode ter causado mortes
- Indústria terá que reduzir sódio em 16 alimentos
- Austrália anuncia novas medidas contra o cigarro
- Anvisa suspende fabricação e uso de produto com sibutramina
- Academia de ginástica de SP cria aula de spinning em 3D
- Aprenda a turbinar temperos e ingredientes básicos da cozinha
+ Livraria
- Coleção "Cinema Policial" reúne quatro filmes de grandes diretores
- Sociólogo discute transformações do século 21 em "A Era do Imprevisto"
- Livro de escritora russa compila contos de fada assustadores; leia trecho
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sete coisas que talvez você não saiba sobre as estrias
- Campeões em insônia, idosos precisam de atividades para dormir melhor
- É possível perder 2 centímetros de gordura abdominal em 4 semanas?
- SOS Mau Hálito: dentistas usam até laser para tentar resolver o problema
- Descoberta nova forma de detecção precoce de câncer no pâncreas
+ Comentadas
- Método permite ler mente de pessoas 'presas' nos próprios corpos
- Meninas de 6 anos já não se acham inteligentes e desistem de atividades
+ EnviadasÍndice