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Veja possíveis consequências da mistura de álcool com remédios
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MARIANA VERSOLATO
DE SÃO PAULO
Por precaução, a maioria dos médicos recomenda evitar a combinação de bebida e remédios. Mas não são todos os medicamentos que, misturados ao álcool, causam efeitos colaterais.
Segundo Patricia Moriel, professora do curso de farmácia da Unicamp e responsável pelo grupo de farmácia clínica, apenas 17% dos remédios podem causar danos ao ser consumidos com álcool. Desse total, 15% podem causar interações graves, com risco de morte.
O problema, diz a também farmacêutica Amouni Mourad, é que há remédios que interagem com álcool nas principais classes de drogas, e cada organismo reage de forma diferente à mistura.
"Na dúvida, deve-se optar pela segurança de não consumir álcool usando medicamentos", afirma Mourad, que é assessora técnica do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo.
Segundo um estudo italiano de 2002, com 22.778 adultos, o uso moderado de álcool está associado ao aumento de 24% no risco de reações adversas a medicamentos.
Os efeitos foram mais frequentes nas mulheres do que nos homens. Os mais comuns foram problemas gastrointestinais, seguidos por complicações hormonais, alergias e arritmias cardíacas.
Editoria de Arte / Folhapress | ||
ANTIBIÓTICOS
Mesmo assim, os médicos afirmam que o consumo ocasional de bebida e em pequena quantidade (uma lata de cerveja ou uma taça de vinho) traz menos risco de efeitos colaterais com remédios. Incluindo os antibióticos.
"Essa história de que o álcool corta o efeito do antibiótico é lenda. Se você toma o remédio de manhã ou à tarde, não há problema em beber uma dose à noite. O grande risco está no exagero", diz Antônio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica.
Mas, segundo Arthur Guerra, psiquiatra do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool, não é muito lógico usar a energia do corpo debilitado pela infecção ou inflamação para metabolizar a bebida.
A maioria dos antirretrovirais usados para combater o vírus HIV também não interage com álcool.
"É melhor garantir a adesão ao tratamento do que insistir para o paciente não beber", diz Moriel, da Unicamp.
A combinação mais perigosa do álcool é com antidepressivos e calmantes, que agem no cérebro.
No caso de calmantes benzodiazepínicos, o álcool pode causar insuficiência respiratória e aumentar o efeito sedativo e o risco de coma.
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