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Último ouro de país extinto no Pan, ciclista não escuta hino
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RAUL ANDREUCCI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Medalha de ouro no ciclismo de rua, Marc de Maar não ouviu hino nem viu bandeira de país algum hasteada na cerimônia de premiação dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, encerrados no último domingo.
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Jose Miguel Gomez/Reuters | ||
Nativo de Curaçao, Marc De Maar vence prova do ciclismo de rua do Pan com camisa das Antilhas Holandesas |
Inscrito na competição como atleta das Antilhas Holandesas, país que deixou de existir em outubro, venceu no oitavo dia de Pan (22 de outubro) uma prova de quase quatro horas (3h40min53s) e teve de se contentar com a bandeira da Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana) no lugar mais alto do mastro e o silêncio.
"Se me deixaram usar a camisa das Antilhas Holandesas [na disputa da prova, como está na foto], se estou representando um país, entendo que poderia pelo menos ouvir um hino", reclamou à Folha o ciclista, último medalhista de ouro do antigo país -- Marisca Verspaget ganhou a derradeira, o bronze no caratê (até 61 kg).
"Foi emocionante, é algo que me deixa muito orgulhoso. Mas é também uma história muito triste", disse Marc de Maar, que, no Twitter, aparece com camiseta de Curaçao, onde nasceu e um dos dois novos territórios autônomos decorrente da separação das Antilhas Holandesas. "Pensam que, por sermos uma ilha pequena, somos incapazes de fazer qualquer coisa. Ninguém sabe o que se passa por aqui".
Integrante da equipe Quick Step, Marc de Maar passa a maior parte do ano competindo na Europa. E, até o mês passado, era pouco conhecido pelos mais de 173 mil habitantes da ilha. Acabou surpreendido com a recepção no Aeroporto Internacional de Curaçao, com direito à bandeira azul e amarela da terra natal, animou-se. "As pessoas agora me param na rua, dizem: 'Olha lá, é o cara que ganhou o ouro! E aí, onde está a medalha? Parabéns!'. É uma situação engraçada, não estou acostumado a isso".
O ciclista se anima, principalmente diante das atuais circunstâncias, com a consolidação de um novo país. "A medalha de ouro realmente ajuda a unir as pessoas. É como se essa alegria ajudasse a esquecer os problemas políticos por que estamos passando".
OLIMPÍADA
Os atletas de Curaçao, assim como Marc de Maar, ainda não tem ideia de como poderão -- e se poderão -- competir em Londres-2012. Uma possibilidade é pedir ao COI (Comitê Olímpico Internacional) para participar como atletas de Aruba e até da Holanda.
"Eles só nos dizem que estão negociando a questão. E negociam, negociam, negociam e... [risos] nada", reclamou o medalha de ouro no Pan de Guadalajara. "Para falar a verdade, ainda não pensei o que farei. Estou preocupado, mas esperando para ver o que vai acontecer. E torcendo pelo melhor", afirmou.
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