Brasil revive 2004, passa fácil pela Argentina e conquista Copa América
Contestada durante quase toda a Copa América-07, a seleção brasileira de Dunga levou a melhor sobre a favorita Argentina, ganhou por 3 a 0, neste domingo, em Maracaibo (Venezuela), e alcançou o oitavo título do país na história do torneio sul-americano.
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Diferentemente do rival, que levou seus principais jogadores para a Venezuela, como Messi, Riquelme, Tevez e Crespo, o Brasil não contou com dois de seus melhores atletas, Ronaldinho e Kaká, que pediram dispensa alegando "cansaço" da última temporada.
Assim, o título praticamente repetiu a edição de 2004. Na ocasião, os argentinos não pouparam suas estrelas, enquanto os brasileiros, comandados por Carlos Alberto Parreira, entraram na competição sem Cafu, Roberto Carlos e Ronaldo. Após empate no tempo regulamentar, a equipe nacional conquistou o título na decisão por pênaltis.
O enredo não foi diferente nesta edição. Os vizinhos sul-americanos ganharam seus cinco compromissos anteriores e deram espetáculo em algumas partidas, arrancando inúmeros elogios. Já o Brasil chegou à decisão muito contestado, principalmente em seu esquema tático --chegou até a perder na estréia para os mexicanos.
No entanto, Dunga continuou priorizando a marcação. Quase sempre optou por uma equipe com três volantes --Gilberto Silva, Josué e Mineiro-- e esperava um Robinho iluminado em campo. Deu certo na maioria dos jogos. O atacante do Real Madrid se transformou em artilheiro, com seis gols, e sua defesa levou apenas cinco em toda a competição.
No duelo de hoje, as apostas de Dunga deram conta do recado e tiveram participação direta nos gols. Primeiro, Elano, seu "homem de confiança" e que substituiu o suspenso Gilberto Silva, lançou para Julio Baptista, que abriu o placar. Depois, o lateral-direito Daniel Alves, que começou no banco de reservas, cruzou para o gol contra de Ayala, ainda na etapa inicial, e fez o seu.
Além de um título logo em sua primeira competição oficial como treinador da seleção brasileira, Dunga comemora sua invencibilidade diante dos maiores rivais. Esse foi o segundo confronto e a segunda vitória --e sem sofrer gol. No primeiro, em setembro do ano passado, em Londres (ING), vitória por 3 a 0.
Enquanto os brasileiros atingiram seu oitavo título --antes, venceram em 1919, 1922, 1949, 1989, 1997, 1999 e 2004--, a seleção principal da Argentina vê seu jejum de títulos importantes aumentar a cada ano.
Apesar de, ao lado dos uruguaios, ser ainda a maior campeã do evento sul-americano, com 14 títulos, a rival Argentina não vence uma competição desde 1993, quando ganhou a Copa América de 1993.
O jogo
O duelo final começou bem diferente do que se podia imaginar. Com apenas 4min, o Brasil já estava à frente no placar. Após lançamento de Elano, Julio Baptista dominou, tocou de lado e colocou, com perfeição, no ângulo esquerdo de Abbondanzieri.
Engana-se quem pensa que o tento contra poderia abalar os rivais. Quatro minutos depois, Riquelme acertou a trave de Doni. A partir daí, os argentinos adiantaram a marcação e começaram a pressionar o Brasil. Só que encontraram um time determinado e com muita raça.
Quase sempre prevalecia a marcação dos defensores nacionais. A equipe de Dunga conseguia anular as principais peças da Argentina, como Messi e Riquelme. Por outro lado, o contra-ataque brasileiro era rápido. O lateral-direito Maicon, aos 16min e 17min, criou duas oportunidades.
Mas o bom momento do Brasil quase foi atrapalhado com a contusão de Elano, que foi substituído por Daniel Alves. Aliás, o próprio jogador do Sevilla teve participação direta no segundo gol brasileiro, aos 39min.
Após toque rápido da equipe brasileira, o lateral-direito, improvisado no meio, cruzou para a área. Mas o zagueiro argentino Ayala antecipou e fez o gol contra, o segundo brasileiro e que foi um verdadeiro balde de água fria nos argentinos.
Para o segundo tempo, o técnico argentino Alfio Basile não tinha alternativa e decidiu mandar seu time para o ataque. Sacou o volante Cambiasso e colocou o meia Aimar. Foi para cima, mas se esqueceu do rápido contra-ataque brasileiro. E foi assim que o Brasil ampliou, aos 23min. O atacante Vágner Love lançou Daniel Alves, que bateu cruzado no canto direito do goleiro argentino: 3 a 0.
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