Seleção masculina de vôlei encara os EUA por feito inédito
Nos anos 80, a seleção de vôlei dos EUA foi a última a assombrar o mundo e se manter hegemônica no cenário global. Bater os norte-americanos, medalhas de ouro em Los Angeles-84 e Seul-88 e no Mundial-86, parecia impossível.
Paradigma que pode ser quebrado pela mais vitoriosa seleção brasileira. Se subir ao topo do pódio nos Jogos de Pequim, o time de Bernardinho será o primeiro a vencer dois Mundiais e duas Olimpíadas seguidas, mantendo um domínio de seis anos dos principais campeonatos do mundo.
O feito marcará o início da despedida da geração que só não foi ao pódio em uma competição desde que Bernardinho assumiu o cargo, em 2001.
"Quero que eles concluam magnificamente um ciclo que foi magnífico. Quero servir de ferramenta para que eles alcancem isso", disse o técnico, que ainda não sabe seu futuro profissional após estes Jogos.
Para atingir tal feito, a seleção terá de superar justamente os EUA, à 1h de domingo.
Foram os norte-americanos que tiraram o Brasil da disputa pelo ouro na Liga Mundial desse ano. A seleção terminou em quarto, sua pior posição sob o comando de Bernardinho.
A derrota mexeu com a equipe que viajou a Pequim e, nas primeiras partidas durante a Olimpíada, não mostrou a mesma alegria e o mesmo jogo de antes --até caiu diante da Rússia. E Bernardinho afirmou que os jogadores teriam de aprender a jogar sangrando.
Ontem, porém, a equipe voltou a atuar bem, variou muito as jogadas e venceu a Itália por 3 sets a 1, após um primeiro set de muitas falhas e ansiedade.
A equipe chegou a ficar sete pontos atrás no placar e perdeu por 25 a 19. Nas parciais seguintes, entretanto, os brasileiros cometeram menos erros e acertaram o bloqueio, fechando em 25/18, 25/21 e 25/22.
"A gente traçou uma meta de melhorar a cada dia, buscar mais as qualidades e corrigir os erros, principalmente os da Liga. Eu sabia que chegaríamos às quartas-de-final [quando o time bateu a China] bem preparados para enfrentar qualquer um que atravessar nosso caminho", disse o levantador reserva Bruno, filho de Bernardinho.
"Nosso time começou nervoso, mas logo dominou o jogo. A equipe se apresentou mais solta, mais alegre, mas não temos de dar espetáculo sempre, o que a gente precisa é ganhar."
A vitória sobre os italianos assegurou a geração comandada por Bernardinho na disputa pelo bicampeonato olímpico. O Brasil tem mais uma medalha dourada, a de Barcelona-1992.
Com a base do grupo atual, Bernardinho só perdeu uma decisão com a força máxima, a da Liga Mundial de 2002 --o time tem também um bronze no Pan de Santo Domingo-03.
"A equipe estava um pouco pressionada, sim, porque a derrota traria mais questionamentos. Mas nossa equipe mostrou que pode reagir", afirmou o levantador titular, Marcelinho.
"O primeiro set nos mostrou que a Itália não ia entregar o jogo. Teríamos de buscar vibração e raça. Estou muito feliz, chegar à final olímpica é muito especial."
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