Com investimento recorde, Brasil sofre queda no quadro de medalhas
A queda do Brasil no quadro de medalhas dos Jogos Olímpicos de Pequim em relação a Atenas-2004 contrasta com o investimento recorde feito no último ciclo olímpico. Com três medalhas de ouro conquistadas na capital chinesa, além de quatro pratas e oito bronzes, o país terminou os Jogos na 23ª posição. Em Atenas-2004 foram cinco ouros e a 16ª posição geral.
O investimento de cerca de R$ 1,2 bilhão em esporte de alto rendimento realizado pelo governo federal e suas empresas no último ciclo olímpico, no entanto, havia gerado a expectativa de um salto no desempenho para galgar posições no quadro de medalhas.
Como "consolação", o Brasil deixa Pequim com 15 medalhas no total, igualando Atlanta-1996, que até hoje era a edição em que o país havia ido mais vezes ao pódio.
Para o presidente do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), Carlos Arthur Nuzman, houve evolução. "O crescimento esportivo de um país não deve ser medido apenas por medalhas. A presença de um maior número de atletas e de modalidades em finais olímpicas indicam a evolução qualitativa do esporte brasileiro nas últimas quatro edições dos Jogos Olímpicos", avaliou.
Os ouros do Brasil na China foram conquistados pelo nadador César Cielo, nos 50 m livre, por Maurren Maggi, no salto em distância, e pela seleção feminina de vôlei.
Além dos três ouros, a Olimpíada chinesa distribuiu outras 12 medalhas para atletas brasileiros.
A seleção feminina de futebol, a dupla de velejadores Robert Scheidt e Bruno Prada, a equipe masculina de vôlei e a dupla Márcio e Fábio Luiz (vôlei de praia) conquistaram medalhas de prata.
O time masculino de futebol, os judocas Ketleyn Quadros, Leandro Guilheiro e Tiago Camilo, a atleta de taekwondo Natália Falavigna, a dupla de velejadoras Fernanda Oliveira e Isabel Swan, a parceria de vôlei de praia Ricardo e Emanuel, além de César Cielo (nos 100 m livre), ganharam bronze.
Decepções
Dono de dois títulos mundiais no solo, Diego Hypólito abre a lista de atletas que decepcionaram por sair de Pequim sem medalha. O ginasta se classificou para a final do aparelho com a melhor nota e fazia uma apresentação tranqüila na decisão até que sofreu uma queda em sua última acrobacia, terminando fora do pódio.
O judô nacional também foi à China credenciado pelos títulos mundiais obtidos recentemente, mas não ganhou nenhum ouro nos Jogos. João Derly e Luciano Corrêa, melhores do mundo em suas categorias no ano passado, nem mesmo disputaram o bronze. Tiago Camilo, também campeão mundial em 2007, foi terceiro colocado.
Na disputa feminina do vôlei de praia, o Brasil foi prejudicado pela lesão de Juliana. A jogadora, que se recuperava de uma lesão no joelho, foi vetada às vésperas dos Jogos, desfazendo assim a dupla mais expressiva do país no cenário internacional. Sua parceira, Larissa, competiu ao lado de Ana Paula, mas caiu nas quartas diante das norte-americanas Walsh e May, algozes também de Renata e Talita (na fase seguinte, a semifinal).
Fatores "extracampo" também dificultaram a vida de Fabiana Murer na China. Cotada para disputar uma medalha no salto com vara, ela teve que lidar com o desaparecimento de parte do seu equipamento durante a final de sua prova e ficou longe dos seus melhores resultados. Jadel Gregório tampouco passou perto de suas marcas mais expressivas e nem esboçou briga por uma medalha no salto triplo.
A vela, que havia dado dois ouros ao Brasil em 2004, subiu ao pódio duas vezes, mas não conseguiu nenhum título olímpico. Ricardo Winicki, o Bimba, que havia sido campeão mundial da RS:X em 2007, terminou em quinto.
Com Folha de S.Paulo
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