Elite falha, e Brasil garante seus três ouros em "corrida por fora"
O Brasil chegou a Pequim com cinco campeões mundiais, mas nenhum deles conseguiu confirmar o seu favoritismo e sair dos Jogos chineses com o título olímpico. Em contrapartida, as três medalhas de ouro obtidas pelo país na Olimpíada vieram de atletas ou equipes que ainda precisavam conquistar espaço.
Responsável pelo primeiro topo de pódio brasileiro na China, César Cielo, vencedor dos 50 m livre, havia ficado perto de uma medalha no Mundial de Desportos Aquáticos do ano passado e não figurava entre os principais favoritos para vencer a prova.
Cielo foi à China inscrito com o tempo de 21s84, inferior aos 21s28 do australiano Eamon Sullivan, recordista mundial da distância, e aos tempos dos franceses Alain Bernard (21s50) e Amaury Leveaux (21s38), que dividiam o favoritismo ao ouro. Na decisão, conseguiu 21s30 e bateu o recorde olímpico.
Já Maurren Maggi precisava superar a descrença gerada por uma carreira que chegou a ficar paralisada por mais de dois anos após um teste positivo de doping. Na atual temporada, ela aparecia na terceira posição no ranking da Iaaf (Federação Internacional de Atletismo) no salto em distância, com 6,99 m. Na final, alcançou 7,04 m.
Andy Wong/23.ago.2008/AP |
Thaisa carrega líbero Fabi na comemoração brasileira pela medalha de ouro no vôlei. |
A outra medalha dourada veio de uma equipe que era considerada uma das favoritas, porém que vinha desacreditada em função de resultados frustrantes no passado.
Há quatro anos, em Atenas-2004, o Brasil sofreu uma traumática derrota para Rússia nas semifinais, após desperdiçar sete match points, e depois perdeu também para Cuba na decisão do bronze.
No Mundial de 2006, a seleção viveu um "déjà vu" dos Jogos da Grécia, desperdiçou match points e igualou a melhor campanha brasileira, com uma prata, mais uma vez perdendo para a Rússia. No Pan-2007, o time também perdeu o ouro, desta vez para Cuba, criando de vez o estigma de que o time era "perdedor".
Campeões mundiais falham
Enquanto Cielo, Maurren e a seleção feminina de vôlei conseguiram triunfar na China, os campeões mundiais brasileiros --equipe masculina de vôlei, o ginasta Diego Hypólito, além de três judocas, João Derly, Tiago Camilo e Luciano Corrêa-- falharam na tentativa de unificar os dois principais títulos de suas provas.
Destes, o time do técnico Bernardinho foi quem chegou mais perto do degrau mais alto do pódio, ao ficar com a prata depois da derrota para os Estados Unidos na final. Tiago Camilo ficou com o bronze, enquanto Hypólito, Derly e Corrêa deixaram Pequim sem medalha.
O ginasta teve a mais frustrante participação, ao perder uma medalha na prova do solo depois de cair no momento final de sua apresentação. Derly e Corrêa foram derrotados em combates preliminares do judô e nem chegaram a lutar diretamente por uma premiação.
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