Atleta que precisou provar que é mulher faz índice para correr em Londres-12
A ex-campeã mundial Caster Semenya, 21, da África do Sul, se classificou para a prova dos 800 m dos Jogos de Londres.
Nesta sexta-feira, a atleta correu em 1min59s58 a distância em uma competição regional na pista da Universidade de Pretoria.
Foi a segunda vez que ela correu abaixo do índice de qualificação para a Olimpíada (1min59s90), tornando-se elegível para os Jogos de Londres. A equipe sul-africana deve ser anunciada apenas em julho.
Siphiwe Sibeko/Reuters | ||
A sul-africana Caster Semenya corre em prova de 800 m em Pretória |
Semenya também correu abaixo dos dois minutos no ano passado, no Mundial de atletismo em Daegu, na Coreia do Sul.
A atleta sul-africana ficou famosa em 2009 ao ser campeã mundial dos 800 m com o tempo de 1min55s45 (mais de dois segundos à frente da segunda colocada), antes do controverso teste de gênero que precisou fazer.
À época, levantaram-se suspeitas ao ponto de surgir o rumor de que a sul-africana seria hermafrodita. A Iaaf (entidade máxima do atletismo) solicitou à federação sul-africana informações e exames da atleta.
A federação a defendeu, mas, em acordo com a Iaaf, aceitou exames para comprovar o sexo de Semenya.
Olivier Morin/France Presse | ||
Semenya no Campeonato Mundial de atletismo, em Berlim-2009 |
A Iaaf submeteu Semenya a um longo processo de verificação de sexo que deveria ter sido resolvido no final de junho de 2010. A demora fez com que ficasse fora de forma. No total, ela ficou onze meses sem competir, até meados de 2010.
Meses depois, o Comitê Executivo do COI (Comitê Olímpico Internacional) criou regras para casos de mulheres com altos níveis de hormônios masculinos.
A norma do COI, válida para Londres-2012, define que, para serem aceitas em disputas femininas, atletas com hiperandroginismo (excesso de produção de androgênio, hormônio masculino) devem ter níveis de androgênio menores do que a média registrada em homens.
Caso isso não aconteça, os casos das atletas serão avaliados por um comitê de especialistas que fará suas recomendações. A investigação será confidencial.
Os efeitos do androgênio no corpo ajudam a explicar por que os homens têm performance superior às mulheres em vários esportes. Mulheres com hiperandroginismo geralmente têm atuação superior a outras atletas.
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