Cielo falha na defesa do título e sai de Londres com bronze
O sorriso amarelo no pódio dizia tudo. Favorito ao ouro na prova que é sua especialidade, Cesar Cielo estava desconfortável no degrau mais baixo do pódio. Desde a vitória nos Jogos de Pequim, em 2008, o brasileiro não era derrotado nos 50 m livre em grandes eventos mundiais.
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Por isso mesmo, seu ouro fazia parte da lista de medalhas da meta do Comitê Olímpico Brasileiro. Mas só veio o bronze.
Quando passou em frente a seus pais, Flávia e Cesar, que estavam na arquibancada, já com a medalha no peito, Cielo, 25, chorou.
Lalo de Almeida/Folhapress | ||
Cesar Cielo acena para o público depois de receber a medalha de bronze pela prova dos 50 m livres, na Olimpíada de Londres |
Antes, havia ouvido o hino da França para Florent Manaudou, o campeão (21s34). Nos últimos quatro anos, eram as lágrimas de felicidade do brasileiro que apareciam na cerimônia. Cullen Jones, dos EUA, ficou em segundo lugar (21s54). Cielo marcou 21s59.
"Não vou mentir, queria ter nadado melhor, mas acho que o ouro do Manaudou foi conquistado com uma grande prova. Ele fez a melhor prova da vida dele. Merecia vencer", disse. "Peguei mais uma medalha olímpica para minha carreira. Se tivesse saído algo errado [na forma como nadou], eu teria saído mais triste", falou o nadador.
Cielo já ostentava um ouro (50 m livre) e um bronze (100 m livre), conquistados na Olimpíada de Pequim. Nos Jogos de Londres, havia fracassado na primeira tentativa de chegar ao pódio. Nos 100 m livre, ficou apenas em sexto.
"Talvez o cansaço [tenha pesado], é o quarto dia de competição. Não tive descanso [nadou os 100 m livre], e os 50 m pesaram. Eu estava com a explosão um pouco comprometida."
O resultado em Londres pode fazer o nadador rever seu programa de provas. Ele já havia cogitado descartar os 100 m livre após ficar fora do pódio no Mundial de Xangai, em 2011.
Voltou atrás, mas fez o treinamento exclusivamente voltado para os 50 m livre. O técnico Alberto Silva, o Albertinho, diz que o pupilo tem mais dificuldade para se manter bem durante todos os 100 m.
Por isso, o resultado adverso na primeira prova não foi grande surpresa. E o brasileiro dizia não ter ficado abalado ao ver seu nome só em sexto lugar.
Quando foi para as eliminatórias dos 50 m, o nadador parecia mais confiante. Se classificou em primeiro lugar, empatado com Cullen Jones com 21s54. No sorteio, ganhou a raia quatro, a do mais veloz.
Mas quando saiu da piscina após a semifinal, apesar de satisfeito, o brasileiro disse que a única fórmula para ganhar o ouro seria baixar aquela marca.
Na sexta, não conseguiu. "Não foi o ouro que eu queria, mas é uma medalha importante. É bola para a frente. Para não ficar tão ruim saiu uma medalha de bronze", completou.
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