Sem voto da CBF, Nuzman é reeleito pela quarta vez no COB
Sem a presença de um representante da CBF e da Confederação Brasileira de Vela e Motor, o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, 70, foi reeleito nesta sexta-feira para mais quatro anos no poder. Ele conseguiu 31 votos e teve apenas um contrário.
É a quarta reeleição do cartola, que já está há 17 anos no poder. Nuzman também acumula a direção do Rio 2016 (comitê organizador da Olimpíada-16). O dirigente carioca foi candidato único.
Perpetuação de dirigentes no poder
A eleição de Nuzman entra em conflito com o desejo do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que defende a alternância de poder nas confederações esportivas.
Opositor solitário de Nuzman na assembleia, o presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo, Eric Maleson, tentou registrar chapa de oposição, mas não conseguiu. Mesmo assim, ele participou da reunião de hoje.
Em abril, Maleson denunciou a tentativa do COB de forçá-lo a contratar profissionais indicados pelo comitê e operações bancárias suspeitas. Disse ainda que a ação para tirá-lo da CBDG fora orquestrada pela cúpula do COB.
Há duas semanas, Nuzman enfrenta uma crise no Comitê Rio 2016 após demitir nove funcionários da entidade. Eles foram acusados de furto de documentos dos organizadores dos Jogos de Londres, encerrados em agosto.
VOTAÇÃO
Apenas o presidente da CBF, José Maria Marin, e Carlos Luiz Martins Pereira e Souza, interventor da confederação de vela, não participaram da assembleia. Souza justificou a sua ausência. Ele alegava que estava no exterior. Já Marin não mandou justificativas.
O presidente de honra da Fifa, João Havelange, 96, votou em Nuzman, Havelange tem direito a voto na eleição por ser considerado "membro nato" da entidade..
De bengala, ele chegou pouco antes das 11h na sede da entidade, localizada na Barra da Tijuca.
É a primeira aparição pública do dirigente desde que recebeu alta do hospital Samaritano, em maio.
Havelange ficou internado por mais de dois meses por causa de uma infecção no tornozelo direito. Durante o tratamento a infecção bacteriana se agravou e parte do período de internação foi no CTI (Centro de Tratamento Intensivo).
GAFE
Após anunciado o resultado da votação, Havelange pediu a palvra e acabou cometendo uma gafe.
O ex-presidente da Fifa tentou justificar o voto contra Nuzman dizendo que ele, Havelange, havia errado. "Peço desculpas, esse voto contrário foi eu marquei o 'não', foi um erro meu, por isso ele [Nuzman] foi eleito por unimidade", afirmou. "O erro é um necessidade na vida, sem o erro não se vai adiante", completou Havelange.
Em seguida, o próprio Nuzman explicou ao ex-dirigente que ele não havia errado. Afinal, o COB sabia que o presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo, Eric Maleson, já havia anunciado voto contrário à reeleição de Nuzman.
Após entender que não havia sido ele a votar contra o presidente do Cob, Havelange se retratou. E disse que tinha marcado 'sim', sendo a favor de Nuzman.
Daniel Marenco/Folhapress | ||
Havelange chega para votar na sede do COB |
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