Recordista, Tite diz que não é falso modesto e cita Autuori como inspiração
Depois de conquistar seu quinto título pelo Corinthians e se tornar o técnico mais vitorioso da história do clube, Tite repetiu um ritual: enrolou-se em uma bandeira da equipe e deu uma volta olímpica solitária no Pacaembu.
"Gosto de ver a alegria dos torcedores e cumprimentá-los perto do alambrado. Principalmente as crianças. Sou gratificado. Reconheço a importância destes números [ser o recordista de títulos]. Não sou falso modesto, mas tenho a inteligência de dividir os méritos com todo o grupo. Eu só cheguei até aqui porque tenho dois filhos maravilhosos e uma esposa extraordinária", disse o treinador que superou o também gaúcho Osvaldo Brandão nesta quarta-feira.
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Enquanto Tite faturou um Brasileiro, uma Libertadores, um Mundial, um Paulista e uma Recopa, Brandão ganhou dois estaduais e duas taças do extinto Rio-São Paulo, entre os anos 50 e 70. Inclusive, ele era o técnico no Paulista de 1977, quando o Corinthians encerrou um jejum de quase 23 anos sem títulos.
Tite também se gabou dos números obtidos até aqui em sua segunda passagem pelo clube alvinegro.
"Fomos o oitavo time a ganhar uma sequência de títulos como essa [nacional, continental, mundial e recopa]. Entramos na história como o Milan de Maldini [ex-zagueiro italiano], o Ajax de Van Gaal [técnico holandês], o Barcelona de Guardiola, o São Paulo de Telê e o Real Madrid de Roberto Carlos, Ronaldo e Del Bosque", declarou.
O técnico corintiano disse que já se inspirou no rival são-paulino Paulo Autuori. "Quando se vence é muito fácil abraçar. Eu não sou muito receptivo quando perco, mas percebi que o Paulo estava receptivo. Decidi abraçá-lo porque ele é um exemplo por sua carreira e conduta. Foi campeão mundial oito anos antes de mim", afirmou.
Na verdade, Autuori conquistou o Mundial de Clubes pelo próprio São Paulo em 2005, enquanto Tite faturou o torneio em 2012.
Apesar da vitória por 2 a 0 sobre o adversário do Morumbi e o título da Recopa, o treinador alvinegro afirmou que errou durante o clássico. "Deveria ter colocado o Douglas, o Chicão e o Alessandro. Não que o Ibson, o Renato Augusto e o Pato não merecessem entrar, mas os outros estão há mais tempo e fizeram parte de toda a reconstrução do Corinthians. O técnico errou e peço desculpas", disse.
Tite criticou o comportamento da torcida no último domingo, na derrota por 1 a 0 para os reservas do Atlético-MG, pela sétima rodada do Brasileiro.
"Eu entendo, mas não concordo com as vaias. Fiquei com medo de que acontecesse hoje [quarta] de novo. Nosso time toca a bola e as vaias poderiam trazer uma instabilidade. Mas a equipe fez uma grande partida e a torcida veio compreensiva", argumentou.
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