Elo de vascaínos e palmeirenses acirra rivalidade
A briga entre corintianos e vascaínos no último domingo, no estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, mostrou que parcerias históricas entre torcidas organizadas de diferentes clubes levam para clássicos nacionais o clima tenso de rivalidades locais.
Ao menos um torcedor do Vasco envolvido no tumulto com integrantes da Gaviões da Fiel, maior facção do Corinthians, foi flagrado com um boné da Mancha Alviverde, maior organizada do Palmeiras, arquirrival do alvinegro paulista.
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Sergio Lima/Folhapress |
Vascaíno, com boné da Mancha Verde, na briga em Brasília |
Coincidentemente, a parceria das facções começou após um outro conflito envolvendo paulistas e cariocas. Foi em 1979, numa briga entre torcedores do Palmeiras e do Flamengo em dia de jogo no Maracanã.
À época, o Flamengo já era o maior rival vascaíno no Rio. Logo, os palmeirenses se tornaram aliados dos cruz-maltinos. Desde então, é comum ver torcedores com uniforme do time "coirmão" em duelos com rivais.
Segundo André Guerra, ex-presidente da Mancha e um dos líderes da organizada, a parceria ocorre só com ajuda logística quando as torcidas visitam os Estados vizinhos em dia de jogo.
"Pela amizade e por eles saberem que o Corinthians é um dos nossos maiores rivais, fazem isso [usar adereços da Mancha] para provocar. Mas isso acontece em todas as torcidas", afirmou.
O Ministério Público informou que vai investigar se há relação da Mancha no conflito da Gaviões da Fiel com a Força Jovem do Vasco, que não se manifestou.
SEGUNDA GUERRA
Segundo o ex-goleiro palmeirense Oberdan Cattani, 94, a parceria com vascaínos surgiu em 1942, quando o Palmeiras deixou de ser Palestra Itália por pressão política sofrida após a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial (1938-1945).
À época, um oficial vascaíno do Exército do Rio ajudou os palmeirenses a se defenderem de uma tentativa de tomada do estádio Palestra Itália por são-paulinos. "A gente sempre se deu bem com o Vasco", afirmou o ex- -atleta.
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