Superliga de vôlei se concentra no eixo 'café com leite'
Há dez anos a decisão da Superliga feminina é um Rio-SP. Na masculina, também desde 2004, um time de Minas chega ao menos à final.
A concentração de títulos (13 paulistas, dez fluminenses e sete mineiros), em 20 anos da principal competição do vôlei nacional, reflete apenas parcialmente o mapa de distribuição dos times neste ano, com 72% deles no eixo SP-MG. A exceção é o Rio, que terá só uma equipe na temporada 2014/2015.
Prevalecerá, portanto, a dobradinha "café com leite", um campeonato dominado por paulistas e mineiros.
O torneio começa neste sábado (25) para os homens, com o duelo entre Minas e Juiz de Fora, em Belo Horizonte. São quatro mineiros entre os 12 times masculinos. O Cruzeiro, que joga em Contagem, é o atual campeão.
Editoria de arte/Folhapress |
"Para o campeonato não sei se a concentração em Minas e São Paulo é boa. Para o vôlei, é ruim", afirma o levantador William Arjona, 35, bicampeão pelo Cruzeiro. "O Brasil é enorme, uma pena que esteja centralizado."
Atualmente, há apenas um time do Nordeste, o Maranhão, e outro no Centro-Oeste, o Brasília, ambos na disputa feminina. O restante é do Sul e do Sudeste.
As mulheres estreiam na competição na sexta (7), no confronto entre Rio de Janeiro e Rio do Sul. As cariocas são as atuais campeãs.
Com 12 clubes (cinco no masculino e sete no feminino), São Paulo busca os títulos que perdeu nos últimos anos para Minas e Rio.
À Folha, atletas e técnicos citaram Cruzeiro, Sesi, Campinas, Taubaté e Maringá entre os favoritos ao troféu entre os homens; e Rio, Sesi, Osasco, Praia Clube e Minas, na disputa feminina.
UM SÓ RIO
Fundado em 2011 e campeão em 2013, o RJX, time bancado pelo empresário Eike Batista, quebrou antes do fim da última temporada.
Outro time fluminense na elite, o Volta Redonda, estava inscrito nesta edição mas acabou saindo também por problemas financeiros. Deu lugar ao Voleisul (SC).
Assim, o Rio ficou sem time entre os homens e com apenas uma equipe feminina, a de Bernardinho.
"Impressiona porque o Rio é sede da Olimpíada e da CBV. Falta interesse do empresário em alavancar projetos lá", comenta o técnico Spencer Lee, técnico do Rio do Sul.
Moacyr Lopes Junior/Folhapress | ||
Jogadores posam para foto durante evento de lançamento da Superliga, em São Paulo |
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