Não nos preparamos psicologicamente para a Copa, diz Dante
Titular da seleção na derrota para a Alemanha por 7 a 1, pela semifinal da Copa do Mundo, o zagueiro Dante, 31, do Bayern de Munique, afirmou que a lembrança da partida ainda dói e que que a equipe não estava bem preparada psicologicamente.
Dante atuou como titular no lugar de Thiago Silva, que cumpriu suspensão. Ele formou a dupla de zaga com David Luiz.
"Para mim, o que aconteceu foi que, psicologicamente, não nos preparamos de forma adequada para a Copa do Mundo. Tínhamos que nos colocar na posição de favoritos e incorporar a necessidade de vencer, mas respeitando o esporte e o que ele tem de imprevisível. Quando nós vimos que tomamos o segundo e o terceiro gols, nós simplesmente não aceitamos o fato. Não raciocinamos. Não pensamos que era preciso encarar a situação e ser mais inteligentes. Em vez disso, nossa reação era de: "Isso não é possível. Não pode acontecer. Nós temos obrigação de ganhar a Copa. Vamos para a frente." E, então, isso virou um choque, que ocasionou o 7 a 1", disse Dante em entrevista ao site da Fifa.
"O placar não reflete a diferença de qualidade entre os dois times, mas sim a forma como, psicologicamente, nos colocamos naquele Mundial. Por causa da pressão, não estávamos preparados para adversidades. Nós estávamos preparados para sermos campeões, mas não para enfrentar adversidades. E esse clima de "temos que ganhar" pode até fazer bem para o trabalho em alguns momentos, mas, psicologicamente, é preciso ter mais visão do que isso", acrescentou.
Antes do início do Mundial, Carlos Alberto Parreira, que era coordenador técnico da seleção brasileira, chegou até a dizer que o Brasil estava com uma mão na taça.
Na entrevista, Dante afirmou também que não teme ficar marcado por fazer parte do grupo que disputou o Mundial.
"Medo eu não tenho. Se ficar marcado, fiquei. Se ficar marcado, será para algumas pessoas, porque eu sei bem meu caminho até aqui. Eu conquistei tudo no futebol, só a Copa é que não. Se quiserem que eu fique marcado, que eu fique. Mas eu passei por muitas batalhas em anos de carreira para resumi-las, nem em 90 minutos, mas em 20 minutos como aqueles", completou.
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