Presidente indicou namorada após negócio, diz Puma; São Paulo nega
A participação da namorada do presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, em negociações gerou atrito entre o clube e a Puma, que tratou para ser fornecedora de material esportivo tricolor.
A Puma emitiu nota oficial nesta quinta-feira (18) afirmando que fechou contrato com o São Paulo e que, após o negócio ser selado, Aidar indicou sua namorada, Cinira Maturana, para ser a interlocutora entre a Penalty, atual fornecedora, e a Puma.
Afirma ainda que começou a negociar com o São Paulo em 2013 e, em 2014, venceu concorrência no clube. A Puma diz que assinou no dia 28 de agosto com o clube um contrato que passaria a vigorar assim que terminado, de forma antecipada ou não, o vínculo com a Penalty.
"Somente depois de assinado o acordo, a pedido do presidente do clube, Cinira Maturana foi indicada como contato para a transição entre o fornecedor atual do clube e a Puma", diz a marca.
André Lucas Almeida/Futura Press/Folhapress | ||
O presidente Carlos Miguel Aidar e sua namorada Cinira Maturana durante treino do São Paulo no CT da Barra Funda |
As informações da Puma contradizem o presidente do São Paulo que, na quarta (17), afirmou que Cinira foi quem levou a Puma para negociar com o São Paulo.
Como a Folha revelou, Cinira tem contrato que prevê pagamento de comissão de 20% sobre os negócios que levar ao clube. Após a divulgação do acordo, Aidar admitiu desfazer o contrato e que sua namorada não irá mais receber comissões do clube.
Em nota, o São Paulo rebateu a Puma, argumentando que as negociações com a empresa foram coordenadas por Cinira e que ela não entrou nas conversas após o negócio ser fechado.
O clube diz que não fechou contrato com a empresa, e sim uma "carta de intenções", que precisaria ser validada posteriormente. Segundo a carta do clube, "o documento indicava que a Puma poderia vir a ser a fornecedora de material esportivo" se o contrato com a Penalty fosse rescindido ou finalizado. E que, após isso, ainda teria de ser feito um contrato final em meados de setembro.
No entanto, diz o São Paulo, nenhuma das condições foi atendida. O clube afirma que surgiram oportunidades mais vantajosas e, por isso, decidiu não concretizar o negócio com a empresa alemã.
A nota da diretoria são-paulina diz que a decisão foi informada ao presidente da Puma, Fábio Espejo, mas que ele não assinou um documento confirmando o distrato.
O São Paulo já está apalavrado com a Under Armour, marca norte-americana, que deve ser a nova fornecedora de material esportivo.
LEIA A NOTA DA PUMA NA ÍNTEGRA
"A Puma vem a público informar que o relacionamento com o SPFC foi iniciado no ano de 2013 através do então vice-presidente geral, Sr. Roberto Natel. No dia 5 de agosto de 2014, a Puma foi convidada a participar da concorrência para assumir o patrocínio e fornecimento de material esportivo do clube. Representaram o SPFC nas negociações: Sr. Gilberto Ratto, atual diretor de marketing da CBF e ex-gerente de marketing do clube paulista; e Sr. Ruy Barbosa, diretor de marketing do São Paulo. Na mesma data, a PUMA foi informada sobre a existência de mais um concorrente.
Em 28 de agosto de 2014, a marca foi informada pelo SPFC que havia sido a vencedora da concorrência para o patrocínio e fornecimento de material esportivo do clube. No mesmo dia, os representantes do SPFC e da Puma assinaram o acordo, que passaria a vigorar assim que terminado, de forma antecipada ou não, o contrato do atual fornecedor de material esportivo. A Sra. Cinira Maturana esteve presente em algumas reuniões tão somente como convidada do presidente do clube.
Este acordo previa o respeitoso término do contrato do atual fornecedor de material esportivo, uma vez que a PUMA sempre respeita os contratos vigentes dos seus concorrentes.
Somente depois de assinado o acordo, a pedido do presidente do clube, a Sra. Cinira Maturana foi indicada como pessoa de contato para a transição entre o fornecedor atual do clube e a Puma.
Maiores detalhes serão expostos em fórum apropriado."
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