McLaren diz que Alonso ficou desacordado após acidente
Os três dias de hospitalização de Fernando Alonso após o acidente sofrido durante os testes da pré-temporada da F-1 em Barcelona no último domingo (22) foi determinado pelos médicos como medida de precaução por se tratar de um choque na cabeça, de acordo com a McLaren.
Ron Dennis, CEO do time inglês, concedeu uma entrevista na manhã desta quinta-feira (26) no circuito de Montmeló para esclarecer o que aconteceu com o piloto espanhol, mas acabou não fornecendo muito mais informações do que a equipe já havia divulgado.
A única novidade foi a confirmação de que Alonso ficou desacordado por algum tempo. Mas Dennis não foi preciso ao dizer se isso havia ocorrido antes ou depois do impacto no muro da Curva 3 do circuito.
"Conseguimos uma imagem do acidente que foi gravada pelo circuito de segurança da pista, mas a imagem é muito ruim e não é possível ver muita coisa. O que sabemos é que Fernando ficou inconsciente por alguns segundos, mas não sabemos determinar quanto tempo. Como o impacto foi lateral, o movimento de sua cabeça foi para os lados e não para a frente e para trás, o que o Hans teria ajudado", afirmou Dennis.
"Mas Fernando está fisicamente perfeito. Não falamos com ele sobre o acidente ainda porque queremos dar tempo para que ele se recupere. Isso não ajudaria em nada. Ele queria vir testar de qualquer maneira, mas o senso comum dizia que isso não era o certo a fazer. Como ele estava insistindo muito, seus pais resolveram levar ele para casa."
Apesar dos rumores que o piloto pudesse ter recebido uma descarga elétrica do carro, o que teria causado o acidente, o CEO da McLaren negou que isso tivesse acontecido.
"Posso afirmar categoricamente que não houve descarga elétrica de nenhum tipo. Não houve falha nenhuma no carro e não detectamos nada de anormal. Pelo que Fernando vinha relatando nas voltas anteriores e pelo que as pessoas que estavam no local nos disseram, ventava muito naquele momento, o que acreditamos ser a causa da batida", afirmou Dennis.
Albert Gea/Reuters | ||
Alonso recebe alta do Hospital Geral da Catalunha após acidente sofrido no último domingo |
"Os testes não detectaram nada de anormal em Fernando. Sabemos que se uma pessoa recebe um choque elétrico há uma enzima no corpo que fica elevada por 48 horas e isso não ocorreu no caso dele. Ele só ficou três dias no hospital porque nos últimos meses vimos várias lesões cerebrais graves com atletas e os médicos estão sendo ultra cautelosos. Como ele ficou inconsciente e sempre há o perigo de uma lesão cumulativa, decidimos apoiar a decisão dos médicos", completou o dirigente.
Dispensado da última sessão de testes da pré-temporada da F-1, que vai até domingo, em Barcelona, Alonso ainda terá de ser submetido a um teste da FIA para ser liberado para disputar o GP da Austrália, prova que abre o Mundial, no próximo dia 15, em Melbourne.
"Não cabe a nós decidir isso, mas não vejo motivo para que ele não corra. Fernando está lúcido e cada dia se sente melhor. Mas esta é uma decisão médica."
Para tentar esclarecer com precisão a causa do acidente, Dennis disse que entrou em contato com a FIA para que uma investigação seja feita, o que não é comum em batidas ocorridas durante testes, já que são eventos organizados pelos times e não pela própria entidade.
"Eu iniciei uma conversa com a FIA para fazer esta investigação e tentarmos determinar ao certo o que ocorreu. Amanhã [sexta-feira] devo falar com Charlie [Whiting, inspetor de segurança da entidade] para ver como podemos ajudar. A FIA quer ver direito como estava o capacete e é interesse de todos nós tornar o esporte mais seguro", completou o dirigente.
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