Corinthians pagará R$ 22 milhões de imagem a atletas que estão no time
Em crise financeira, o Corinthians prevê pagamento de R$ 22 milhões de direito de imagem somente a jogadores que estão defendendo o time nesta temporada.
Como mostrou reportagem da Folha nesta quarta (29), serão R$ 39,1 milhões em 2015 de direito de imagens somando o que será pago a atletas, ex-atletas e um ex-treinador, Mano Menezes –os ex-profissionais tem direito a receber R$ 17,1 milhões.
Do atual elenco, o meia Renato Augusto é o que tem mais a receber, segundo previsão que está no balanço patrimonial do clube, que tem um passivo com a empresa do atleta de R$ 4,9 milhões.
O valor, como no caso dos profissionais que não estão mais no clube, engloba dívida e prazos a cumprir dos contratos de direito de imagem.
Jorge Araújo/Folhapress | ||
O meia Renato Augusto, jogador que tem mais a receber do Corinthians |
Além de Renato Augusto, haverá também encargos com Elias (R$ 1,3 milhão), Fábio Santos (R$ 443 mil), Gil (R$ 2 milhões), Emerson Sheik (1,6 milhão), Danilo (R$ 1,3 milhão), Ralf (R$ 1,3 milhão) e Guerrero.
O peruano negocia a renovação de contrato, que termina em 15 de julho, mas o que tem a receber de direito de imagem é um dos entraves.
O que o Corinthians precisa pagar em 2015 ao jogador, entretanto, não está na soma dos R$ 22 milhões e não consta no balanço financeiro do clube, que não deu uma justificativa para isso.
Segundo o vice financeiro corintiano, Emerson Piovezan, o clube negocia com três instituições financeiras um empréstimo para pagar os jogadores –a maioria dos atletas do clube recebem entre 20% e 30% dos vencimentos por meio de direitos de imagem.
Na soma dos R$ 22 milhões estão também o que outros atletas, que não são titulares ou veteranos, tem a receber no ano com base nos contratos acertados. Entre eles estão Luciano (R$ 373 mil), Romero (R$ 3,2 milhões) e Petros (399 mil).
Há também R$ 4,87 milhões identificados como "outros contratos de direito de uso de imagem".
Direito de imagem é um contrato firmado entre clube e uma pessoa jurídica, normalmente empresa aberta pelo jogador ou de algum representante dele, em que boa parte do salário acertado na negociação é pago.
"As dívidas ocorreram, principalmente, após o início da crise econômica do país, em 2013. No ano passado, as empresas investiram em ações voltadas para a Copa, não a clubes, o que também diminuiu a receita", disse Raul Corrêa da Silva, diretor financeiro do clube entre 2007 e fevereiro deste ano.
Nos últimos anos, diversos clubes, inclusive o Corinthians, têm reduzido o número de contratos desse tipo. Isso ocorre porque a Justiça tem concluído, em alguns casos, que o direito de imagem é uma maneira de o clube forjar o contrato de trabalho, deixando de pagar tributos.
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