Queda de Blatter foi decidida à tarde e pegou até funcionários de surpresa
A decisão de Joseph Blatter, de entregar o cargo de presidente da Fifa, foi tomada nesta tarde, ou seja, horas antes do anúncio.
A sede da Fifa ficou fechada durante todo o dia, e os cartolas reunidos, discutindo o escândalo de corrupção que, nesta segunda-feira (2), atingiu o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, braço-direito de Blatter.
Após a decisão ter sido tomada, a Fifa convocou uma entrevista coletiva sem informar qual seria o tema tratado. Em Zurique, havia a expectativa de que, pressionado, Valcke deixasse o cargo.
A queda de Blatter pegou de surpresa até mesmo funcionários da Fifa. Eles sabiam que haveria alguma decisão importante a ser tomada, mas não imaginavam que o presidente entregaria o cargo.
SEM PERGUNTAS
No em dia que anunciou o fim de uma era de quatro décadas, Joseph Blatter rompeu com uma tradição da sua gestão à frente da Fifa. Pressionado, criticado ou até vaiado, o dirigente sempre fez questão de responder perguntas de jornalistas.
Não foi assim nesta terça-feira (2), quando Blatter anunciou em evento na sede da Fifa, em Zurique, que deixará o cargo e a convocação de novas eleições.
No final da tarde (horário da Suíça), a Fifa anunciou uma entrevista coletiva, na qual participariam Blatter, Walter de Gregorio, diretor de comunicação, e Domenico Scala, auditor-chefe da entidade.
Minutos antes de a entrevista começar, no entanto, o estafe da Fifa retirou os nomes de Blatter e de Scala da mesa na qual eles sentariam para responder as questões.
Foi decidido que eles apenas fariam um pronunciamento e não responderiam perguntas. Foi o que aconteceu. Primeiro foi a vez de Blatter, que entregou o cargo, e depois, Scala.
"Embora os membros da Fifa tenham me reelegido presidente, não pareço estar apoiado pelo mundo do futebol: jogadores, clubes. Vou continuar exercendo a minha função como presidente até um novo presidente ser escolhido", disse Blatter.
"Eu refleti sobre minha presidência, meus últimos anos. Esses anos foram dedicados à Fifa e a esse belo lugar do futebol. Eu adoro e amo a Fifa mais do que qualquer coisa. E só quero fazer o melhor pela Fifa e pelo futebol. Decidi concorrer de novo [para a última eleição], foi uma eleição apertada. É por isso que vou convocar um congresso extraordinário e colocar minha função à disposição", afirmou o cartola.
Após os discursos, não foram permitidas perguntas.
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