Atletas brasileiros no Parapan passam os do Pan em medalhas de ouro
A delegação brasileira nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto ultrapassou nesta terça-feira (11), quarto dia de disputas, o total de medalhas de ouro conquistado pelos atletas do Pan: 41 contra 55. O Brasil lidera com folga a competição, da qual é o atual bicampeão.
Um impulso no resultado brasileiro foi dado pelo atletismo, que já faturou 14 ouros. Um deles vindo de Terezinha Guilhermina, a cega mais rápida do mundo, que venceu a prova dos 100 m confirmando seu favoritismo. Com ela, outras duas brasileiras no pódio, Jhulia Karol e Jerusa Geber.
Por outro lado, um dos nomes mais badalados da Paraolimpíada de Londres, em 2012, o do corredor Alan Fonteles, 22, que conseguiu vencer o sul-africano Oscar Pistorius, teve de ceder espaço para um atleta norte-americano Jarryd Wallace, que venceu os 100m na categoria T44 -as categorias são definidas conforme as habilidades dos competidores.
Fonteles, que ficou com a prata, ainda vai disputar os 200m, mas, fora de forma, depois de um ano parado para um "período sabático" e para recuperação psicológica, tem poucas chances de vitória.
"Estou treinando ao máximo para chegar bem no campeonato mundial, que será daqui a dois meses. Infelizmente, não consegui, de novo, ser campeão de um Parapan. Estou correndo abaixo de 11s, o que é bom. Estou motivado, vou mostrar que tenho condições de voltar à plena forma", afirmou.
Fonteles diz que ainda tem ajuste a fazer em sua corrida, mas que vai para vencer na Paraolimpíada do Rio, em 2016.
"A minha largada ainda está um pouco lenta e tenho de melhorar, ganhar mais velocidade. Sabia que não era favorito para ganhar o Parapan, mas agradeço por estar aqui, por ter me recuperado dos problemas que passei. Tive momentos muito difíceis [de depressão], mas estou de volta."
Segundo Ciro Winckler, coordenador do atletismo brasileiro, há tempo suficiente para que Fonteles esteja reabilitado para ser ouro no Rio.
"O Alan fez a opção por um período sabático e, agora, estamos em um período de reconstrução. Voltar não é fácil e ele está pagando o custo por ter parado. Todos os dias, vamos tentar melhorar isso. Vai ser necessário muito treino, mas ele vai evoluir", declarou.
O jornalista viaja a convite do Comitê Paralímpíco Brasileiro
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