Novo plano de gestão causa racha na diretoria do São Paulo
Ricardo Nogueira/Folhapress | ||
O presidente Carlos Miguel Aidar durante treino realizado no CT da Barra Funda |
No início da próxima semana, o CEO do São Paulo, Alexandre Bourgeois, apresentará ao presidente do clube, Carlos Miguel Aidar, um projeto que visa modificar a administração do clube.
E antes mesmo de ser oficialmente avaliada, a proposta já divide o São Paulo.
A Folha apurou que, entre os pilares do projeto, estão a implementação de uma gestão profissional, com a formação de um conselho gestor.
Entenda a crise na gestão do São Paulo
Abaixo do cargo de presidente do conselho, viriam o presidente do clube, o CEO e os executivos para gerir as áreas principais, como os departamentos jurídico e corporativo, além do futebol.
Oriundo do mercado financeiro, Bourgeois está há dois meses trabalhando no Morumbi nesse projeto, usando como inspiração modelos adotados por empresas, ao lado de José Rubens Arantes, que cuidaria da área financeiro, no novo cenário.
O mentor da proposta foi o empresário Abilio Diniz, membro do conselho consultivo do São Paulo. Aidar pediu ajuda de Diniz para escapar da crise financeira. A resposta do empresário veio na indicação desse projeto e na contratação de Bourgeois.
A motivação para a reformulação é, portanto, a situação financeira grave, que pode comprometer o patrimônio do clube. A equipe já se desfez de sete jogadores e vem de derrotas no Brasileiro e na Copa do Brasil.
Hoje, o São Paulo tem dívida de R$ 270 milhões. Até o final do ano, ela deve aumentar mais R$ 130 milhões.
Ao final da gestão Aidar, em abril de 2017, o valor pode dobrar se nada for feito.
SEM UNIÃO
O projeto, no entanto, não é consenso no clube.
Por um lado, a proposta tem o apoio de Diniz; por outro, Aidar —pressionado internamente— está mais inclinado a rejeitá-la, o que levaria o CEO a entregar sua carta de demissão.
O novo plano de gestão prevê a redução do quadro de funcionários em quase 50% e limitaria o poder de muitos dos conselheiros na gestão.
Eles teriam os cargos mantidos, mas passariam a chefiar subcomitês de suas respectivas áreas —governança, marketing, futebol, jurídico e corporativo. Dariam o espaço de liderança desses setores para os executivos.
Por conta desse cabo de guerra, há funcionários que foram contratados, mas não têm desempenhado nenhum trabalho específico devido à indecisão sobre o futuro.
Recentemente, a ida do CEO ao centro de treinamento da Barra Funda incomodou alguns conselheiros e o vice presidente de futebol, Ataíde Gil Guerreiro —o que ele nega. A irritação se deu porque, segundo conselheiros, Bourgeois não teria pedido autorização para visitar o CT.
Alguns membros da diretoria chegaram a atribuir ao CEO o vazamento de informações da venda do meia Boschilia ao Monaco (FRA).
O desgaste quase provocou a saída dele antes mesmo de o projeto ter sido finalizado.
Procurado pela reportagem, o CEO do São Paulo, Bourgeois, não quis comentar o projeto e os conflitos na cúpula do clube.
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