A 300 dias da Rio-2016, revelação e 'embaixadora' ainda lutam por vaga
Claus Bjoern Larsen/Associated Press | ||
O ex-jogador de futebol Pelé ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do garoto Vitor Hugo |
Há seis anos, em Copenhague, na Dinamarca, eles estavam no mesmo grupo, aquele que tentava conquistar para o país a chance de ser sede dos Jogos Olímpicos de 2016.
Neste sábado (10), a 300 dias da cerimônia de abertura do evento, eles novamente fazem parte do mesmo time, o de atletas brasileiros que ainda buscam lugar no Rio.
Isabel Swan, então com 26 anos, tinha conquistado a medalha olímpica de bronze na vela um ano antes e foi alçada a embaixadora dos atletas nacionais naquele histórico 2 de outubro de 2009.
Vitor Hugo dos Santos, então com 13, era apenas uma promessa do atletismo que corria provas de 75 m rasos.
Atualmente com 19, ele é o homem mais rápido do Brasil, a poucos centésimos do índice olímpico nos 100 m. Isabel, 31, mudou de classe na vela na esperança de ainda conseguir vaga nos Jogos.
"Em 2009, eu nem sabia o que era Olimpíada. Quando saiu o nome do Rio naquele papel, todo mundo pulou para comemorar e eu fui o último", diz Vitor Hugo à Folha.
Naquele dia de discursos de autoridades como Lula e Henrique Meirelles, quem falou e representou os atletas brasileiros foi Isabel.
Divulgação | ||
A velejadora Isabel Swan, que ainda tenta vaga nos Jogos do Rio |
"Lembro o quanto nos esforçamos para provar que o Brasil era capaz de receber os Jogos. Treinei o discurso bem, como treino para competir de barco", afirma a medalhista olímpica na classe 470.
Após ser uma das responsáveis por transformar o Rio em sede olímpica, a velejadora carioca tentou a vaga em Londres-2012 ao lado de Martine Grael, mas ficou fora.
Em maio passado, ela também perdeu a disputa pela vaga na Rio-2016 na 470 –ao lado de Renata Decnop.
Com cinco das dez classes com os competidores já definidas pela Confederação Brasileira de Vela, Isabel partiu para a última tentativa. Tenta vaga na Nacra 17, ao lado de Samuel Albrecht.
"Não me imagino fora dos Jogos. Venho trabalhando muito nos últimos anos e acredito que terei meu espaço", comenta Isabel.
Caso não se classifique (a definição ocorre na Copa Brasil, em dezembro), foi convidada pelo comitê Rio-2016 para ajudar na organização.
Já o atleta carioca precisa melhorar o tempo nos 100 m de 10s22 para 10s16 se quiser enfrentar Usain Bolt.
"Me vejo mais dentro da Olimpíada do que fora. É uma oportunidade única competir em uma Olimpíada dentro de casa", diz Vitor Hugo, nascido e até hoje morador de Curicica, vizinho a Jacarepaguá e ao Parque Olímpico.
"Não me inscrevi no sorteio de ingressos e não quero ver pela TV. Então preciso correr muito para estar lá", brinca o atleta, indicado pelo treinador Paulo Servo para representar o Rio em Copenhague, em 2009. "300 dias é pouco, mas até maio ele faz o índice, está no caminho certo para a Olimpíada", aposta Servo.
TEMPO
Além de Vitor Hugo e Isabel, outros atletas estiveram no dia em que o Brasil foi escolhido como sede de 2016. Entre eles, esperanças como a velocista Bárbara Leôncio, hoje com 24 anos e longe da elite do país; o nadador Cesar Cielo, 28, ainda entre os melhores do mundo; a ginasta Daiane dos Santos e o tenista Gustavo Kuerten, aposentados; além de Pelé.
Destaques na época, mas fora da delegação de Copenhague, a saltadora Maurren Maggi (ouro em Pequim-2008) e Natália Falavigna (bronze na mesma Olimpíada, no taekwondo) já desistiram da Rio-2016. Exemplos de que o tempo também vence.
Ricardo Borges/Folhapress | ||
Vitor Hugo, velocista brasileiro, busca atingir o índice olímpico para competir nos jogos de 2016 |
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