'Parecia um furacão', diz torcedora sobre chuva que adiou jogo do Brasil
A água ainda batia na canela quando os torcedores deixavam o estádio Monumental, pouco depois das 20h, após a confirmação de que o jogo Brasil e Argentina havia sido adiado.
As três amigas estrangeiras, Stela, Gabriela e Ashley, haviam chegado por volta de 19h, com a água nos joelhos. Chovia muito nesse momento.
"Nunca vi nada assim, parecia um furacão", conta a novaiorquina Stela Kang, 20, estudante de comunicação em intercâmbio na Argentina.
Assim que chegaram ao estádio, os seguranças avisaram que era preciso guardar os ingressos, pois muito provavelmente a partida seria suspensa.
O campo estava coberto de água àquela altura e as arquibancadas praticamente vazias. Menos de uma hora depois veio a confirmação.
Na saída, a brasileira Jéssica de Souza, 36, tirava fotos do temporal. Ela e o marido, argentino, moram em Pilar, a 1h da capital.
Martín Zabala/Xinhua | ||
Torcedores observam gramado encharcado do Monumental |
"Eu estou emocionada, é a primeira vez que eu vou num estádio, me sinto como na Copa do Mundo", disse.
O adiamento da partida não incomodou a brasileira. Tampouco as amigas de Nova York.
"Melhor voltar com o tempo bom. Sabíamos que ia chover e eu pensei que era uma pena. Mas viemos mesmo assim porque não queríamos perder. Mas melhor assim, dizem que o tempo estará melhor", disse Stela.
Já os argentinos pareciam mais chateados. Com a frustração da chuva e da suspensão do jogo, sobrou até para o prefeito da cidade, Mauricio Macri, que concorre à presidência da Argentina, em votação daqui a duas semanas.
"O que aconteceu hoje é a prova de que a política que propõe Macri não é boa para o país", queixou-se o torcedor Alejandro Laguardia. "Quando chove, a área em volta do estádio sempre enche".
O irmão, Eduardo Laguardia, tentou contemporizar, mas seguiu com as críticas ao prefeito. "Choveu muito e preciso colocar a culpa em alguém, mas a verdade é que ele não é bom para a Argentina".
Com a água no tornozelo, eles caminhavam e gritavam "Chupa Macri!" e "Veja Macri o que você fez!".
Moradores de Chubut, no sul do país, a família Regiani defendeu o candidato.
"Nesses dias pré-eleitorais, tudo se mescla com a política", disse o pai Gustavo Regiani, 53.
"Choveu muito, qualquer cidade entraria em colapso", afirmou Gabriela El Khazer, nora de Gustavo.
Rafael Ribeiro/CBF | ||
Jogadores da seleção fazem trabalho com bola na sala de aquecimento do Monumental |
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