Atentados terroristas do passado não pararam eventos esportivos
Kurt Strumpf - 5.set.1972/Associated Press | ||
Terrorista palestino em terraço da Vila Olímpica, em Munique, durante os Jogos de 1972 |
Seja pela alta visibilidade, pela aglomeração de pessoas ou pelo patriotismo envolvido, eventos esportivos estão entre os alvos preferenciais de ataques terroristas.
Entretanto, cancelamento de eventos, como ocorrido nas partidas entre Alemanha e Holanda e Bélgica e Espanha, nesta terça-feira (17), são raros.
Os Jogos de Munique, na Alemanha, em 1972, foram o marco inicial do terror no mundo esportivo. Atletas israelenses foram feitos reféns na Vila Olímpica pelo grupo palestino Setembro Negro. Onze membros da delegação acabaram sendo mortos em meio a uma mal-sucedida operação de resgate da polícia alemã.
A história acabou mal, mas o então presidente do Comitê Olímpico Internacional, Avery Brundage, avisou: "Os Jogos precisam seguir". E, de fato, a Olimpíada continuou.
Em 2010, a seleção do Togo seguia de ônibus do Congo em direção a Angola, onde participaria da Copa Africana de Nações, quando foi emboscada e alvejada por um grupo separatista angolano.
Três pessoas morreram (nenhum jogador) e os togoleses cancelaram sua participação, mas a Copa Africana foi realizada sem outras ocorrências.
Em 2002, poucas horas antes do clássico entre Real Madrid e Barcelona pelas semifinais da Liga dos Campeões, um carro-bomba explodiu em Madri, ferindo 19 pessoas.
A partida não foi cancelada, apesar do atentado atribuído ao grupo separatista basco ETA.
AMISTOSOS
O jogo entre Alemanha e Holanda, que seria realizado em Hannover, foi cancelado pela polícia uma hora e meia antes do início. De acordo com as autoridades locais, haviam "evidências concretas" de que alguém poderia explodir uma bomba dentro do estádio.
Já o amistoso entre Bélgica e Espanha, que seria disputado em Bruxelas, foi cancelado um dia antes por questões de segurança. A decisão foi tomada a partir de uma recomendação do governo belga, que aumentou o nível de alerta para terrorismo no país.
Os dois cancelamentos aconteceram após os atentados da semana passada em Paris, que deixaram ao menos 129 mortos.
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