Fifa acusa África do Sul de subornar dirigentes para sediar Copa-2010
Ali Haider - 8.dez.09/Efe | ||
O ex-dirigente da Fifa Chuck Blazer, que colabora com as investigações de corrupção na entidade |
A Fifa admitiu nesta quarta-feira (16) que houve suborno na eleição que definiu a África do Sul como sede da Copa de 2010. Em documento em que pede que dirigentes envolvidos em casos de corrupção paguem indenizações para a entidade, a federação afirma que cartolas sul-africanos subornaram eleitores do Comitê Executivo da Fifa.
Segundo o documento, Chuck Blazer, ex-secretário-geral da Concacaf, Jack Warner, ex-presidente da Concacaf, e outros indivíduos arquitetaram uma propina de US$ 10 milhões de dólares em troca de seus votos durante a eleição para a Copa do Mundo-2010.
"É evidente que vários membros do Comitê Executivo da Fifa abusaram de suas posições e venderam seus votos em várias ocasiões", diz o documento.
Em maio, uma carta mostrou que o ex-secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke, que está suspenso de qualquer atividade relacionada ao futebol por 12 anos, recebeu o pedido de repasse de US$ 10 milhões (R$ 32 milhões) que as autoridades americanas alegam ser propina de esquema de corrupção no futebol.
Segundo documento divulgado pelo canal sul-africano SABC, Valcke recebeu uma solicitação por escrito no dia 4 de março de 2008 do ex-presidente da Associação de Futebol Sul-Africana, Molef Oliphant, pedindo a transferência desse montante para Jack Warner, então presidente da Concacaf, a Confederação de Futebol das Américas do Norte e Central.
As autoridades americanas apontam que esse dinheiro foi usado para comprar votos a favor da candidatura da África do Sul à Copa de 2010.
A carta diz que os US$ 10 milhões devem ser "administrados e implementados" por Jack Warner, acusado de ligação com o esquema que corrupção.
Nesta quarta-feira, a entidade acionou a Justiça dos Estados Unidos para cobrar o reembolso de salários e o pagamento de indenização por dirigentes que teriam obtido dinheiro irregularmente através da entidade. Os ex-presidentes da CBF, Ricardo Teixeira e José Maria Marin, e o presidente licenciado da confederação, Marco Polo Del Nero, estão entre esses cartolas.
A Fifa cobra US$ 5,3 milhões (R$ 20,08 milhões) dos três brasileiros envolvidos nos escândalos de corrupção que "afetaram a imagem da entidade".
Reprodução | ||
Documento divulgado pelo canal sul-africano SABC |
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