Alternativas à Vila, novo estádio e Pacaembu não animam
Diante das limitações da Vila Belmiro, que se evidenciam quando o Santos chega às fases finais de campeonatos, frequentemente aparecem duas principais alternativas ao estádio. No entanto, ambas apresentam empecilhos difíceis de transpor.
O Pacaembu é uma das opções. Quando o time joga no estádio da capital, o público, e consequentemente a renda, são sempre maiores. Em 2015, foram três jogos no estádio, com renda líquida e público médios de R$ 224.109 e 16.611 pessoas. Na Vila, em 32 jogos, as médias foram de R$ 175.957 e 9.099 pessoas.
Segundo levantamento da CBF, o estádio em São Paulo tem capacidade para 37.730 pessoas, contra apenas 16.068 do estádio da Baixada.
Os problemas do Pacaembu, porém, são as despesas e a concorrência de datas com os rivais da capital. Nas quartas de final da Copa do Brasil de 2015, por exemplo, o Santos desembolsou quase R$ 600 mil para atuar no local, incluindo gastos com segurança, banheiros químicos, sistema de som, entre outros. Além disso, por recomendações de segurança da Polícia Militar, a FPF costuma vetar jogos dos grandes de São Paulo no mesmo dia, o que dificulta o uso do estádio municipal pelo Santos.
Outra opção é a construção de uma nova arena em Santos. Já existe um projeto em parceria com outros clubes da cidade, a Portuguesa Santista e o Portuários, segundo o qual o estádio não seria muito maior do que a Vila, porém, mais confortável, atrairia mais torcedores e ampliaria a taxa de ocupação que, em 2015, foi de meros 56,6%.
"Estamos viabilizando a área, a 250 m da Vila Belmiro. Inicialmente, a capacidade seria de 25 mil pessoas", afirmou Modesto Roma Jr., presidente do clube, à Folha em outubro do ano passado.
Nesse caso, o principal obstáculo é outro: as crises política e econômica atravessadas pelo país. Segundo o presidente do Portuários, Leonardo Berringer, é difícil captar recursos com a incerteza.
"Como não sabemos quem estará lá em cima, em Brasília, fica mais difícil continuar as conversas e articulações políticas", disse, em referência ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
O projeto dos clubes prevê colaboração da prefeitura e de investidores do mercado privado. Segundo Berringer, as negociações em torno do projeto continuam, e os envolvidos ainda precisam decidir quais as condições de utilização do novo local por cada clube.
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