Depoimento
O maior legado de Ali foi saber ir além do atleta na sociedade
Ali é o maior ícone da história do boxe mundial.
Ele tinha um jogo clássico, se impunha perante os demais adversários, realmente era espetacular.
Aquela foi a época de ouro do boxe. Com Joe Frazier, George Foreman e ele. E Muhammad Ali era sempre o primeiro da fila.
Além do mais, Ali é um ícone para mim porque ele peitou o Exército americano. Ele falou: 'não vou para a guerra, porque os vietnamitas nunca fizeram nada contra mim'. E ele ainda lutava contra o racismo e o preconceito dentro dos EUA.
Ele era um cara que, além de grande esportista, sabia o que queria da vida. Ele sabia discernir como a sociedade deveria se comportar.
O maior legado que o Ali deixou é não ser apenas um atleta, conhecer apenas aquilo que faz como ganha-pão, mas sim saber como a sociedade e o mundo devem se comportar. Ali deixou o nome na história ao lado de Malcolm X e Martin Luther King.
Conheci o Ali, por notícias, em 1964, quando ele ganhou o título mundial contra Sonny Liston. Lembro das manchetes nos jornais. Então passei a acompanhá-lo.
Pessoalmente, estive com ele no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, em 1971.
Ele veio fazer uma luta-exibição. E lutei contra um mexicano [José Cruz Garcia]. Ele iria fazer a luta final, mas, por causa da TV, a dele foi antes da minha. E o grande público que foi assistir o Ali, também viu o Servílio. Então passei a ser mais conhecido.
Me levaram no vestiário dele, falaram do meu estilo, nos cumprimentamos e ele fez sinal de positivo para mim.
Lamentável saber da morte. Ele passou para a história.
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