Tite aceitou comandar seleção antes de acertar salário
Tite já deixou o Corinthians, mas ainda não definiu o seu salário na CBF.
A remuneração do treinador será um dos temas do encontro que seu agente e representantes da CBF terão antes da apresentação oficial.
"Ainda não falaram sobre isso [dinheiro]. Mas não vai ter problemas para fechar o acerto", afirmou o secretário-geral da CBF, Walter Feldman, à Folha.
Na terça (14), Tite se reuniu na sede da confederação com Del Nero por cerca de três horas. No dia seguinte, o presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, anunciou a saída do treinador do clube. O dirigente não escondeu a irritação com os cartolas da CBF e disse ter ficado "puto" com a atitude de Del Nero.
Como faz há mais de duas décadas, a confederação não vai apresentar um proposta como a dos clubes, que faz contrato com cláusulas altas em caso de quebra de acordo.
A CBF vai assinar a carteira de trabalho do treinador, como um funcionário normal.
Na seleção, Tite deverá receber quase o mesmo salário de Dunga, demitido na terça após o fiasco da seleção na Copa América. Dunga ganhava cerca de R$ 600 mil por mês.
Responsável por comandar a seleção no Mundial de 2014, Luiz Felipe Scolari recebia quantia parecida. Ao deixar o cargo após a pífia campanha na Copa, Felipão embolsou R$ 4,1 milhões da CBF contando a rescisão contratual na carteira de trabalho, o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e a multa pela demissão paga pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
Tite foi contratado por Del Nero com a missão de classificar o time nacional para a Copa de 2018, na Rússia.
A seleção está na sexta colocação, fora da zona de classificação para o Mundial. Apenas os quatro primeiros se classificam diretamente para o torneio. O quinto colocado disputa uma repescagem com uma seleção de outro continente.
EX-CRÍTICO
O ex-corintiano abriu mão de comandar o time na Olimpíada. Treinador da seleção sub-20, Rogério Micale ficou com a responsabilidade de conquistar a inédita medalha de ouro nos Jogos Olímpicos.
A opção da CBF por Tite surpreendeu. Crítico de Del Nero, o treinador já havia recusado o convite outras vezes. Em dezembro de 2015, ele assinou um documento que pedia a renúncia imediata do cartola.
O secretário-geral da CBF disse que a participação de Tite no protesto não teve a "menor importância".
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade