'Brexit' passa longe das equipes do Reino Unido na Liga dos Campeões
Carl Recine/Reuters | ||
Aguero durante confronto contra o Newcastle pelo Campeonato Inglês |
Em tempos de "brexit" —a saída do Reino Unido da União Europeia, decidida em julho deste ano—, há um traço em comum entre os clubes do Reino Unido que disputam o torneio de clubes mais importante do mundo, a Liga dos Campeões, que começa nesta terça-feira (13): a presença de estrangeiros em seus elencos.
Entre as equipes de toda a Europa, ironicamente os britânicos são os que têm os plantéis mais internacionalizados. Com a saída da União Europeia, acredita-se que devem ser enrijecidas as restrições à livre circulação de estrangeiros no Reino Unido. Até agora não há nenhuma definição sobre quais serão as mudanças práticas.
Atualmente, 72% dos jogadores que atuam no Manchester City, Arsenal, Tottenham, Leicester City e Celtic não nasceram na Escócia, Inglaterra, País de Gales ou Irlanda do Norte, países que formam o Reino Unido. Dos 125 atletas dos times britânicos que participarão da Liga dos Campeões, 90 são estrangeiros.
O número é o segundo maior da Europa, perdendo apenas para a Suíça. No entanto, os suíços são representados por apenas um time, o Basel, que tem cinco nativos na equipe e vinte atletas nascidos em outras localidades.
ESTRANGEIROS NA LIGA DOS CAMPEÕES - Origem dos jogadores que disputam o campeonato, em %
ESTRANGEIROS NA LIGA DOS CAMPEÕES - Jogadores de times ingleses
CONTRADIÇÃO
"Essa escolha pelo 'brexit', que é xenófoba, teve apoio maciço na Inglaterra, onde os clubes só conseguem ser competitivos com jogadores estrangeiros e técnicos europeus", analisa John Carlin, jornalista inglês, autor dos livros "Invictus", que inspirou o filme com o mesmo nome sobre Nelson Mandela, e "Anjos Brancos - Entre o Céu e o Inferno os Bastidores do Real Madrid".
Carlin vê o futebol inglês como um "bolha" da realidade política do país. Diferentemente do que acontece em países como Espanha, Itália ou Rússia, onde torcidas usam o esporte para expressar ideologias ou até posições racistas e xenófobas, no Reino Unido isso não costuma acontecer.
"O torcedor do Arsenal, que votou pelo 'brexit', e teve seu time construído por europeus, por um francês, Arsène Wenger, caiu numa contradição total. Mas ele não pensa nisso, pois para ele o estádio, o futebol é uma bolha, não tem ligação com o mundo real, suas convicções políticas", completa.
Comandado pelo francês Arsené Wenger, o Arsenal tem apenas cinco ingleses entre os 25 inscritos para a Liga dos Campeões.
No Manchester City, do técnico espanhol Pep Guardiola, somente Jhon Stones, Fabian Delph e Sterling nasceram no país. Alguns de seus principais jogadores são o atacante argentino Agüero, o meia-atacante belga De Bruyne e o volante brasileiro Fernandinho.
Leicester e Tottenham também são treinados por estrangeiros: o italiano Cláudio Ranieri e o argentino Mauricio Pochettino, respectivamente.
PRIMEIRA RODADA
Terça (13), às 15h45:
Grupo A:
PSG x Arsenal (com EI Maxx 2)
Basel x Ludogorets
Grupo B:
Dínamo de Kiev x Napoli
Benfica x Besikitas
Grupo C:
Barcelona x Celtic (com Band e EI Maxx)
Grupo D:
Bayern de Munique x Rostov
PSV x Atlético de Madri
Quarta (14), às 15h45:
Grupo E:
Leverkusen x CSKA Moscou
Tottenham x Monaco
Grupo F:
Real Madrid x Sporting (com EI Maxx)
Legia x B. Dortmund
Grupo G:
Brugge x Leicester
Porto x Copenhague
Grupo H:
Lyon x Dínamo Zagreb
Juventus x Sevilla (EI Maxx 2)
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