Responsável pelo antidoping nos Jogos do Rio, brasileiro é excluído da Wada
Adriana Franciosi/Agência RBS | ||
O médico Eduardo de Rose, em evento em Porto Alegre em 2009 |
Tido como uma das principais autoridades antidoping do país, Eduardo de Rose foi tirado de dois cargos de importância na Wada (Agência Mundial Antidoping).
Ele deixou os comitês de fundadores e executivo da entidade, cuja sede é em Montréal, no Canadá. O expurgo de De Rose foi definido na reunião do conselho de fundadores, no mês passado, em Glasgow, na Escócia.
Na mesma sessão, a Wada determinou que o Brasil está fora dos padrões de conformidade do Código Mundial Antidoping, o que acarretará no descredenciamento da ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem) e do LBCD (Laboratório Brasileiro de Controle de Dopagem), que fica no Rio e processou os exames antidoping colhidos nos Jogos Olímpicos de 2016.
De Rose ocupava cargos dentro da Wada desde a criação da agência mundial, em 1999. O brasileiro também é chefe médico da Odepa (Organização Desportiva Pan-Americana), responsável pelos Jogos Pan-Americanos.
A destituição dele dos cargos na Wada ocorre na sequência de críticas pesadas de um relatório produzido por observadores independentes da agência sobre o procedimento contra substâncias ilícitas nos Jogos Olímpicos do Rio.
De Rose era o gerente-geral do departamento antidoping do Comitê Organizador Rio-2016. O relatório apontou "falhas sérias" no controle antidoping na Olimpíada.
Segundo o documento, diversos atletas escolhidos para fazerem os exames "simplesmente não puderam ser encontrados", e "mais de 50% dos testes foram abortados".
Nomeado "Relatório de Observadores Independentes", o documento de 55 páginas da Wada apresenta mais números alarmantes, como aproximadamente cem amostras que não foram relacionadas a algum atleta devido a erros no preenchimento de dados; pouco ou nenhum exame de sangue durante as competições de esportes de alto risco, "incluindo levantamento de peso"; nenhum teste fora de competição no futebol, o que é classificado pela Wada como "surpreendente"; e uma amostra que desapareceu e foi localizada apenas duas semanas após os Jogos.
Segundo avaliação da Wada, houve falta de coordenação na equipe encarregada de dirigir o departamento antidoping da Rio-2016.
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