Favoritos, Nadal e Djokovic vencem na primeira rodada de Roland Garros

ELIANE SILVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PARIS

O sérvio Novak Djokovic e o espanhol Rafael Nadal, os dois principais favoritos ao título de Roland Garros, passaram fácil pelas suas partidas de estreia no Grand Slam, nesta segunda-feira (29).

Djokovic, número dois do mundo, venceu o espanhol Marcelo Granollers por 3 sets a 0 (6/3, 6/4 e 6/2) na quadra central. Praticamente no mesmo horário, na quadra Suzane Lenglen, o espanhol Rafael Nadal, quarto no ranking mundial, precisou de menos de duas horas para eliminar o francês Benoît Pare, pelo mesmo placar (6/1, 6/4 e 6/1).

MOMENTOS

Os dois protagonistas vivem situações diferentes em suas carreiras.

Nadal, maior campeão de Roland Garros, busca seu décimo título do torneio sabendo que será a última vez que terá seu tio Toni Nadal como técnico em Paris. Toni já anunciou que deixará o cargo no fim desta temporada. O ex-tenista espanhol Carlos Moya, campeão em Roland Garros em 1998 e treinador do time espanhol na Copa Davis, o substituirá.

Já Djokovic, que defende o título em Paris, mas chega sem confiança devido a maus resultados na temporada, estreia a parceria temporária com o americano Andre Agassi como técnico, após ter dispensado o treinador Marian Vadja, o preparador físico Gebhard Gritsch e o fisioterapeuta Milan Amanovic no início de maio.

Nadal disse que deve muito ao tio. "Existe muita tensão entre nós. O que eu nunca perco de vista é que, em equilíbrio, essa tensão beneficia o meu jogo". O tio, que vai cuidar a partir de 2018 da Academia Rafael Nadal em Maiorca, devolveu: "Rafa vai ficar em boas mãos."

Rafael começou a treinar tênis com Toni em quadras de saibro de Palma de Maiorca quando tinha apenas 3 anos.

Destro, foi treinado para jogar com as duas mãos e se consagrou no circuito como canhoto. Toni já afirmou que é uma lenda urbana a história de que ele teria obrigado o sobrinho a virar canhoto. Diz ele que Nadal faz todas as atividades, como escrever e jogar golfe, com a direita e só é canhoto na quadra. O tenista aprendeu também com o tio a ser extremamente disciplinado e buscar sempre a vitória.

A parceria de 27 anos rendeu 14 títulos de Grand Slam, sendo nove na superfície favorita de Nadal, o saibro de Roland Garros. A sintonia entre os dois na quadra é visível. Quando acuado, Nadal busca o olhar do treinador para saber como agir e, geralmente, é bem-sucedido.

Apesar de ter sido eliminado pelo jovem Dominic Thiem nas quartas-de-final de Roma, Nadal tem a melhor campanha neste ano entre os top 10. Ganhou três títulos em seis finais. Foi campeão nos torneios de Monte Carlo, Madri e Barcelona, além de finalista no Grand Slam da Austrália, sendo derrotado pelo suíço Roger Federer, que não disputa o torneio da França neste ano.

Djokovic chegou a Roland Garros apontando Nadal como favorito ao título. O sérvio perdeu a final do Aberto de Roma para o jovem alemão Mischa Zverev, 32º do ranking.

Agassi, campeão de Roland Garros em 1999 e de mais sete títulos de Grand Slam, se aposentou 2006, mostra um visual bem diferente do tenista cabeludo do início da carreira e se mostra ainda pouco a vontade no papel de técnico. Os dois tentam afinar a parceria nos treinos.

"Agassi me inspira muito. Ele passou por tudo o que eu estou passando. É uma pessoa que pode contribuir muito para a minha vida dentro e fora da quadra muito. Estamos nos comunicando há poucas semanas, mas eu já sinto que estamos muito próximos e criamos uma vibração agradável", disse Djokovic.

Agassi afirma que foi sua mulher, a ex-tenista alemã Steffi Graf, que o aconselhou a treinar o número dois do mundo, mas já avisou que a parceria será apenas para Roland Garros porque a vida de técnico não é para ele.

O esperado confronto entre Nadal e Djokovic em Roland Garros, considerado a final dos sonhos antes do sorteio das chaves, deve acontecer na semifinal, se ambos não tiverem uma supresa pelo caminho. Eles já se enfrentaram 50 vezes na carreira, com 26 vitórias para o sérvio. Nadal, no entanto, leva grande vantagem em Roland Garros: 6 a 1.

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